#30 - Cena em Debate: Parcerias! Será que vale a pena?
Por Vinicius Lemos (Fanrock)
Primeiro, entre sempre no blog http://www.vilhenarockzine.blogspot.com, do nosso colaborador do Nettü Regert. Muito da cena de Rondônia, principalmente do Interior do Estado passa por esse blog. Quem gosta da cena de rocker estadual, deve ter esse blog entre os seus favoritos.
O que enseja esse texto? Primordialmente, a cena de Rondônia. Até que enfim, depois de vários eventos, movimentações e festivais, um deles (Casarão) fora quase perfeito no quesito de festival realmente, ou seja, mostra de bandas, integração com bandas de outros estados, debates, notícias anteriores e principalmente, as notícias (críticas ou resenhas) posteriores, que vieram com uma repercussão interna forte, seja de alegria, raiva, reflexão, contrariedade, risos, discussão, mais debates. Acessando o blog supracitado, dá para ter uma noção do que aconteceu no pós Casarão.
Não falamos nesse site sobre os acontecimentos do festival em tom de cobertura, e deixamos que as coberturas apareçam nos sites, blogs e tenham a sua repercussão. Quando falamos que o Casarão fora quase perfeito, é óbvio que tiramos sempre uns detalhes que pensamos que pode melhorar e que sempre aprendemos com uma realização, onde acertamos, onde evoluimos e onde podemos evoluir. Porém, os 4 dias, de quinta a domingo, proporcionaram uma integração com bandas de Rio de Janeiro, São Paulo, Acre e Amazonas, todas abertas a conversa. Sobre quem veio cobrir, tem Goiânia, Rio de Janeiro, Acre, Roraima e Mato Grosso. Quatro dias de debates acalorados, opiniões diversas, mas principalmente de troca de figurinhas interessante. Nunca um festival tinha dado tão certo em toda a sua palavra, levando em consideração que o Madeira cumpria somente o lado musical, faltava os debates. O Festival Beradeiros sempre tiveram bons debates, entretanto, limitados a Rondônia – Acre, e no ano passado, a Amazonas e Roraima inseridos nisso, porém sempre aconteceu algo nos festivais, como fora no Sesc interrompido abruptamente pelo pessoal do próprio local, e no ano passado, pela Polícia Ambiental no Ypiranga. Sempre foi uma pena acontecer esses imprevistos. Então, assim o Casarão aconteceu sem nenhum imprevisto e rolou legal.
Falando sobre a repercussão, o texto do Inimigo do rei, o principal que saiu até agora, sobre os shows e o evento em si, no site Dynamite, de São Paulo, causou furor em alguns e gerou um texto do Isaac Ronaltti, que colocou a cena de Rondônia no divã e analisou friamente. Falou prós, contras e tudo mais. A repercussão foi maior. Pena que houve um término de texto que insistiu em ver uma tendência na cobertura, que quase compromete o texto. Mas, o que importa nesse momento é a repercussão que trouxe.
O Eduardo, Inimigo do rei, leu o texto, discordou e também postou em seu blog algumas considerações e deu a idéia de continuarmos as discussões e debates, inclusive via MSN, eu, Nettu e Giovanni, ele participando como uma espécie de moderador, para colocarmos realmente a cena de Rondônia no divã. A idéia foi boa e aceita por todos, faltando somente verificar os dias livres de cada um para marcar um horário interessante.
No blog do Nettu, aconteceram dois comentários de pessoas envolvidas com o Beradeiros sobre o texto do Isaac. Um do Rafael Altomar, da banda Bicho du Lodo e outro do Giovanni Marini, da banda Coveiros. Como ambos fazem parte do Beradeiros, gerou uma espécie de conflito às claras de duas tendências que correm dentro do Projeto como um todo, duas visões diferentes, quase antagônicas e ambas desiludidas. Sobre esses comentários, Isaac, escreve mais um texto. Justamente dismiuçando tudo que fora dito pelos dois, tirando as ofensas ou palavrões e tirano o que de concreto tinha de critica, de desabafo, de válido em cada comentário.
Contou as histórias de cada um dos lados, tanto do Rafael, quanto do Giovanni. Escreveu apresentando uma espécie de embate do Novo x Velho – Experiência x Vontade. E entrou onde queria, que era puxar a orelha dos dois, e de todos que estão dentro o Projeto Beradeiros. Fez uma análise do que aconteceu, engrandeceu o que já aconteceu e apontou falhas no que esse ano corre o risco de não acontecer. Chama a galera a reacender o ânimo, a lutar novamente pela cena, por esse Projeto.
Esse atitude é boa, e ainda mais vindo de alguém que hoje está morando em Rio Branco, mas que é um dos mais atuantes da cena de Rondônia, mesmo de longe, mesmo distante. O Isaac, deu assim uns encaminhamentos, para quebrar barreiras e tentar fazer esse ano. Começou para definirem logo as datas, publicar logo as bandas que tocariam, tentar o apoio do Sesc para o local e tentar o apoio das Secretarias de Cultura para sonorização e iluminação, palco e ademais. Até aí, tudo bem. O que pegou, foi justamente quando ele coloca realizar parcerias com outros segmentos da cena de Rondônia, cita este site, FanROck, coloca a intenção in off do site de fazer outro festival até o final do ano, e sugere: por que não fazer juntos um só festival? Unindo a vontade do FanROck com a necessidade do Beradeiros.
É nessa hora que o bicho pega. Essa intenção do FanROck é real, porém, ainda em fase de análise de gestação, de possibilidade. Seria um festival pequeno, com uma banda nacional cada dia, uma ou outra banda regional por dia também, e várias bandas daqui, cerca de 5 por dia. Esse é o molde, essa é a intenção. E, claro, tentarmos repetir o entusiasmo que tomou conta da produção nos dias de Casarão, e trazer todo o debate de volta, trazendo mais produtores de fora, colunistas, jornalistas, revistas, veículos especializados e ademais contribuintes para a cena.
Porém, é complicada a opção do Isaac, de juntar as tribos, sem querer fazer nenhum trocadilho com a história que ele conta. Mas, o trabalho do FanROck, apesar de ser na mesma cena rocker, e buscar quase os mesmos objetivos que o Beradeiros, é complicado juntar-se em andar junto. Os fatores são numerosos, e o importante que eu vejo é frisar que não somos contra o Beradeiros, mas temos uma maneira diferente de trabalhar e isso dificulta a parceria.
O FanROck pertence à minha pessoa, e as decisões são sempre tomadas unilateralmente, é claro, que com a consulta de algumas opiniões, que ponderam os prós e contras, além das habituais sugestões, correções ou qualquer outra coisa que venha somar. A forma de trabalhar do Beradeiros é democrática e muitas pessoas dando opiniões, criticando, votando e apesar de se decidir, sempre sai algum insatisfeito.
Mas, o que diferencia de andar junto é justamente o excesso de pessoas do Beradeiros. Ana passado, acompanhei meio de longe o decorrer do festival, e vi que apesar de alguns cargos ilusórios, as decisões financeiras, foram tomadas pelo Isaac e o Elton em sua grande maioria, com uma significante ajuda do Caducho, e ajuda de outros, bem menores ajudas, porém, ajuda de qualquer forma.
O que mais me impressionou não foi isso, e sim que as pessoas que mais tomavam para si o nome Beradeiros não fizeram parte dessa empreitada financeira. E eu sei o quanto esses que citei os nome sofreram com os cheques voltando, com as contas não pagas, com as cobranças e com os infortúnios, até ver saldadas as dívidas. Mas, o complicado fora que pessoas que se omitiram, após a boa realização no Zé Beer e a salvação da lavoura, bradavam como se tivesse no front das questões e como se tivessem feito de tudo.
Acredito que conhecemos os homens nas horas difíceis, nas escolhas complicadas, no momento em que a decisão tem que ser tomada na hora, no momento em que o Juizado chega, no momento em que a Polícia chega e a pessoa fala, estamos aqui. Quem vai a Delegacia ajudar, quem negocia para realizar o show do dia seguinte. Nessa hora que conhecemos o poder de cada um, e a maneira de se portar em uma situação difícil. Ano passado, conheci alguns que louvaram essa expressão “homens”, como o Isaac e o Elton, que peitaram tudo e fizeram acontecer. Porém, muitos outros, se omitiram e depois contaram vitórias.
Nesse ano, fiquei sabendo por alto de algumas desistências, de brigas internas e da possibilidade de ter ou não o festival. E percebo e agora com o texto do Isaac tenho a certeza que o desânimo bateu no pessoal. Eu vejo como o motivo é justamente a omissão de certas pessoas. Lembro da teoria das laranjas podres, que juntando ao um saco de boas laranjas, apodrece as boas. O Isaac acerta quando fala que ali no Projeto tem pessoas inteligentes e capazes de grandes feitos, entretanto estão contaminadas pela apatia dos omissos.
E o pior de quem participa do Beradeiros é omisso, é aquele que só critica e ainda, que em qualquer evento de rock da cidade não ligado ao Beradeiros, critica por criticar, elogia somente as bandas ligadas ao Beradeiros, e fala que os eventos de verdade são os do Beradeiros. Mas, vamos parar para pensar? Qual evento o Beradeiros fez esse ano? O mini-beradeiros. Qual outro? Ou seja, queimam quem está trabalhando, usando o utópico, falando que o bom é um que está parado, ou ainda usam, o “verdadeiro” rock de Rondônia, ou o “verdadeiro” rock underground. Isso complica tudo.
No caso de encaminhamentos, eu vejo que os capazes tem que tomar rédeas e realizar, nem que seja um Plano B, ou até um Plano Z, mas que faça acontecer. Porém, a impressão que o Projeto me passa ainda é a dos omissos. E, por enquanto, eu particularmente, trabalho com pessoas que trabalham também, que não fogem, e assim, a realidade que uma parceria fica difícil. Enquanto o Beradeiros não fizer a auto analise e entrar de cara no divã, como sugeria o texto anterior do Isaac, fica difícil voltar à credibilidade. Quem vai depositar um risco de dinheiro num evento, se todos sabem que fica um jogo de empurra empurra? Com certeza, não serei eu.
O FanROck está aberto como sempre esteve a ajudar. Ajudei no primeiro Beradeiros, quando o Sesc impossibilitou a continuação e negociei com o Urublues na época para acabar por lá. Ajudei o ano passado, passando todos os contatos possíveis de bandas, produtores e jornalistas. Uma pena que não vieram muitos, mas abri os meus contatos para o Beradeiros. Ajudei também quando o Isaac foi preso pela Policia Ambiental, assim como ajudei na negociação para a transferência para o Zé Beer. Assim como alguns do Beradeiros me ajudaram esse ano no Casarão, o Janor vendo um lance de hotel, o Elton vendo o Microônibus que usamos, o Giovanni tentando achar um auditório, o Isaac comandando o segundo dia de debates, o Pablo da SucodinoiS emprestando prontamente a sua bateria (feito que outras bandas erroneamente não fizeram). Ou seja, a ajuda acontece e estamos abertos a acontecer, mas parceria? Difícil, muito difícil.
Esclareço que isso ainda não é a falta de humildade, onde o Isaac fala que teríamos que ser humildes e somente cautela. Não gosto que pessoas que não trabalhem ou não ajam, arrotem por ai, o fruto de um trabalho meu, e essa é a minha preocupação, além da econômica. Só falo sobre o que eu faço, só me vanglorio do que eu fiz, do meu histórico e nunca de uma coisa que alguém fez e eu nem ajudei, e no Beradeiros está cheio desses, e o primeiro encaminhamento é eliminar justamente esses.
HOJE EM VILHENA
EVENTO: FEST FANTASY
DATA: 18 de agosto
HORÁRIO: A partir das 22:00 h
LOCAL: Casa dos Inocentes (Av. Marechal Rondon, ao lado da Musical)
INGRESSOS: R$ 5,00 (antecipado)
RELEASE:
Festa a fantasia, então, vá fantasiado!
Também irá rolar a captação de imagens para o clipe de "VILHENA FUCK FASHION" da banda Enmou.
Quer participar, então vá lá!
PROGRAMAÇÃO:
22:00 h - Necrose
22:30 h - Enmou
REALIZAÇÃO: Casa dos Inocentes
3 comments:
É Vinícius muito legal o seu texto, mas serei bem sincero, achei meio exagerado seus elogios ao casarão e suas críticas ao BERADEIROS principalmente no ponto em que você quer apontar quem trabalhou no ano passado, e que fizemos esse ano.
1° o Casarão foi legal?? Claro que foi. Como foram os debates? Muito legais, pena que a galera das bandas e o grande público do rock de Porto Velho nunca encarou o Casarão como um evento de rock que apoia a cena. Esse é principal fato que devemos levantar. Pois no auditório da São Lucas no ano passado os debates do BERADEIROS FORAM lotados, agora eu te pergunto quem está no caminho certo????
2° Mesmo com todos os problemas do BERADEIROS nos anos passados conseguimos sempre colocar um público considerável, coisa que o casarão nunca fez, pelo menos nas ultimas edições. quem está no caminho certo????
3° Como você pode chegar ao cumulo de falar tanta besteira a respeito de quem trabalhou ou não no ano passado, se você não foi em nenhum dia do festival?? (isso realmente foi muito chato visto que você é um dos caras que apoia mais a cena não é?).
4° Apenas pra não informar você e todos os outros desavisados como o pablo (baixista da sedna) que certa vez disse que eu (giovanni, fugi da raia na hora que o bicho pegou) bem, o BERADEIROS tem uma hierarquia institucional a ser seguida, temos um presidente, um vice presidente, e um diretor financeiro. No dia em que tivemos o problema da polícia quem estava presente no evento eram respectivamente o Vice presidente (Isaac) e o diretor financeiro (Giovanni), quem deve ir a delegacia?? todos,inclusive perguntei ao Isaac se ele gostaria que eu fosse, ele me disse que não , pois o Isaac sim é um cara de fibra e muita responsabilidade, e sabia muito bem quem deveria ir a delegacia. Fora os dois nomes que eu citei, tínhamos um grupo bem maior de pessoas envolvidas em tudo, Elton, Raony, Del, Bode, Ana, Caducho, Hélio, Bigs, Daniel, Alexandre, Filipe, Gabriel, Samuel, enfim, muitas pessoas, mas imprevistos acontecem, ou talvez seria sabotagem??? é difícil saber hoje, mas quem sabe em alguns anos.
5° o que produzimos esse ano?? bem ai sim eu tenho que concordar com você, mas vejamos, fora o mini beradeiros, realizamos o GRITO DO ROCK, e mais uns 6 eventos de pequeno porte (estilo dos seus eventos na bigs) mas com um diferencial, sempre tivemos mais público pois a galera se identifica com o PROJETO BERADEIROS, e isso é muito importante.
Ainda acho que dá para juntarmos as forças, pois você tem experiência em eventos e nós temos público e a simpatia da galera.
E tem mais, se ontem estávamos com a moral lá em baixo, pode esquecer, isso passou, tomamos consciência de que comentários como esses seus e de outros meios são bem levianos e não queremos nem ouvi-los mais, comentários que não reconhecem o esforço de quem trabalha pela cena sem ter como único objetivo ganhar grana ou status de "O PRODUTOR".
No mais, estamos ai.
A propósito vamos fazer um festival juntos???
HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA HA
Giovanni.
Obrigado pelo comentário.
Qualquer texto é feito para que se haja debate, bom ou ruim. Para isso, farei algumas considerações sobre o que escreveu, sem discordar em tudo, mas só cumprindo informar o que houve de lacônico.
Sobre o Casarão, eu sei que sempre pode melhorar e esperava mais publico, afinal, eu acho que sempre espero mais publico das coisas. Mas, quando eu enchi a bola, é q ele transcorreu sem nenhum problema, seja de policia, Juizado, Chuva, problemas no som ou algo assim. O publico esse ano poderia ser melhor, mas vi posteriormente que a data foi phoda, por ser julho um mês de férias e no final do mês, onde o povo estava sem grana. No ano passado, colocamos as mesmas 800 pessoas que vocês divulgaram que colocaram no Beiradeiros.
Sobre as reuniões, a do Casarão deu pouca gente, assim como a do Beradeiros, e isso é uma pena para os dois, eu queria mais gente nos dois. Mas, a sala da São Lucas era mínima. Com 20 pessoas lotava. E tinham 20 pessoas no auditório da Fimca. Vamos ser sinceros.
Sobre a minha não ida, eu te falei na época, que por causa do nascimento da minha filha naquela semana, eu não poderia ir. Eu te avisei e você disse ter entendido e compreendido. Falei que no que precisasse era só ligar. Isso foi leviano, falar sobre isso. Afinal, quando precisou, eu fui. Fui na Delegacia, fui no Zé para ajudar a falar com a Márcia. Isso você esquece? Infelizmente não fui nos shows e você sabia o por que. Que quando você for pai, também tenha consciente e não seja leviano.
E esqueceu que no ano do Sesc, eu fui nos dois dias, bem como quando aconteceu o problema eu fui negociar no urublues, e também, fui ver os shows no dia do Urublues. Você podia ter ficado sem essa.
Sobre parcerias, eu acho que temos tempo para isso. Mas acho que o complexo de bandas Beradeiros tem que se estruturar. Antes eu sabia quem eram os lideres, hoje está meio desanimado e não sei. Saiu gente, entrou gente, já saiu. Quem negocia? Quem comanda? Eu não sei. Assim, como qualquer pessoa não sabe. O próprio Isaac dá alternativas de melhorar, se é para melhorar, é pq algo está errado. Eu não deixo de fazer parcerias com as pessoas, e o texto é em síntese isso, prefiro hoje algmas pessoas do Beradeiros do que o Beradeiros como um todo. Se quem assumir melhorar a situação, acho que ai haveria tempo para parcerias.
No mais, só isso também.
Vinicius Lemos
"não basta provar uma coisa, é preciso também mover ou elevar as pessoas até ela. por isso, aquele que sabe deve aprender a dizer sua sabedoria". (nietzche)
só gostaria de dizer que o comentário do giovanni peca por falta de diplomacia e excesso de adolescentismo, e enquanto isso não acabar, não vai dar pra conversar - não direi civilizadamente - de homem pra homem.
e eu continuo dizendo o mesmo: é melhor baixar escudos envelhecidos e fazer as concessões certas.
abraço
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