Tuesday, October 30, 2007

#43 - EnCena Rondônia em Vilhena, Beradeiros e Grito Rock América do Sul.


No último fim de semana fiquei devendo este post, estava esperando a programação do Brothers Skateboarding em Ji-Paraná, como esta não veio a tempo antes do "fechamento da edição", acabei viajando e deixando a desejar. Mas é importante dizer que o Projeto EnCena Rondônia já se encontra na cidade de Vilhena. Veja logo abaixo a programação, você tem até quinta feira para aproveitar e o melhor de tudo: toda programação é grátis. Então não perca tempo.

O EnCena Rondônia é um projeto intinerante que leva à algumas cidades do estado uma verdadeira caravana cultural, tendo como eixo principal as Artes Cênicas. O projeto arrasta ainda outras linguagens artísticas como: Artes Plásticas, Cinema e Literatura. O que oferece ao público de cada município um contato com todas as artes.

Programação:
Vale lembrar que hoje ainda dá para acompanhar a oficina de Teatro, então quem se interessar aí está a oportunidade.

Em destaque:

Mistério do Fundo do Pote ou de Como Nasceu a Fome
Grupo O Imaginário (PVH) - Direção de Narciso Teles

O espetáculo Mistério do Fundo do Pote ou de Como Nasceu a fome narra que em uma cidadezinha existia uma casa de farinha que permite a todo mundo retirar o necessário para consumir, mas nunca deixa os potes vazios. Os cegos cuidam da Casa de Farinha. Mas Rosa é a única pessoa da cidade que respeita o tabu: só retira o que precisa e deste modo vai formando um colar misterioso com as contas que ela vai encontrando dentro dos potes. Gostou?


Hoje no SESC de Vilhena, na Avenida Sabino de Queiroz, tem mais. Vai lá.


Vale lembrar que a atividade também irá ser realizada em outros municípios rondonienses: Nova Mamoré, Ariquemes, Ji-Paraná e Presidente Médice.


Festival Beradeiros



Quase entrando no mês de novembro, o mês do Festival Beradeiros deste ano, as atividades começam a se acelerar na capital do estado. Serão vinte e quatro bandas em dois dias de movimentação do rock estadual, com convidados vindos de Goiás, Distrito Federal, São Paulo, Roraima, Mato Grosso e do Acre. A partir do próximo post até próximo ao Festival, vamos elaborar um especial, contando sobre a movimentação beradeira e também sobre um pouco de cada banda que irá se apresentar no festival, nos dias 17 e 18 de novembro de 2007.

BLOG: http://www.beradeiros.blogspot.com/
ORKUT: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=1878845


NOTAS:

* As tradicionais "RETRETA's" organizadas por Bráz Divino (ator e artista plástico local) para arrecadar fundos para sua ONG - A ONG Group Novamente - estão indo bem obrigado. A próxima está marcada para o dia 20 de novembro e como já adiantou Bráz esta edição contará com apresentações de peças de teatro e também bandas ao vivo, fazendo um som acústico. Quanto às bandas o organizador convoca os grupos locais que estiverem interessados afirmando que "toda a ajuda é importante".

Entre as bandas confirmadas está a Enmou - isso mesmo, Enmou acústico - e o convite está aberto para todas as bandas interessadas também. Entre em contato com jc_ramone@hotmail.com (MSN e e-mail) para obter mais informações.

** O Festival Grito Rock América do Sul - é, além do Brasil a Argentina e o Uruguai vão participar da iniciativa - tem seu lançamento oficial marcado para o mês novembro, no site do evento: http://www.gritorock.com.br/ . Acompanhe.

*** Aproveitando a deixa, vale lembrar que já faz muito tempo que as inscrições para o GRITO ROCK VILHENA 2008 estão abertas e que no dia 30 de novembro elas irão se encerrar. As vagas estimadas são doze, sendo que a estimativa de vagas para o Grito Rock daqui são doze:
- Seis para bandas locais;
- Uma para banda de Porto Velho;
- Uma para banda de Ji-Paraná;
- Uma para banda de Cacoal;
- E três vagas de âmbito regional/nacional;

A intenção das vagas direcionadas (Cacoal, Ji-Paraná e Porto Velho) é fomentar o intercâmbio de bandas dentro do estado de Rondônia, para que haja maior interação entre as cenas deste estado. Também com isso estamos tentando evitar um problema (logístico) que tivemos neste ano que foi trazer três bandas de uma cidade e deixar de trazer bandas de outros municípios de RO.

O intercâmbio de bandas é uma sugestão proposta para 2008, e os organizadores de cada Grito Rock em RO apoiaram a idéia. Ou seja, em Vilhena teremos uma banda de Ji-Paraná e uma banda de Porto Velho garantidas, assim como garantidas vagas para bandas vilhenenses nestes gritos de nosso estado.

Já até questionaram essa prática dizendo que isto se caracteriza como "panela", mas vejo de outra forma. Para mim é a garantia que as bandas de cenas que se articulam no estado vão se comunicar e aprender novas experiências tocando em lugares novos. Também fica aqui o convite também para que outras cidades de RO se integrem no Circuito Rondônia de Música Independente, mesmo não fazendo o evento na cidade, mas divulgando suas ações, bandas e produtores, afim de gerar maior "conectividade" com o que acontece na cena cultural e jovem do estado em seus mais diversos municípios. Em Rondônia hoje temos 52 municípios, 52 oportunidades de se conhecer o novo e inesperado.

Participe, divulgue sua cena!

LINK para o Edital (GRITO ROCK VILHENA 2008) no Orkut:
http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=24620291&tid=2555750760134780113&start=1

AGRADECIMENTOS DE HOJE: Rebeca Barca, Bráz Divino, SESC Rondônia.

Thursday, October 25, 2007


#42 – Aquecimento Global, Cinema, Noise, Sk8

Novembro vai ser o mês em Rondônia para quem sempre reclamou de “falta” de movimentação Cultural. Entre vários eventos podemos destacar O FestCine Amazônia, que irá para sua 5ª edição neste ano. O Festival tem como tema o Aquecimento Global, em suas mostras de Cinema e Vídeo Ambiental. Mas não fica só por aí, na sua programação está incluído um debate sobre o tema central. Veja mais abaixo.


Outras programações previstas para o estado são o Festival Beradeiros (Porto Velho), o Rock in Rua (Vilhena), Encena Rondônia (Várias cidades) – atividade coordenada pelo SESC/RO) – além de muitas outras movimentações. Acompanhem, confiram em suas secretarias de cultura se existe alguma programação em sua cidade.

Sessão Fest Cineamazônia


FESTCINE AMAZÔNIA DEBATERÁ AQUECIMENTO GLOBAL


O público que participará do 5º Festival de Cinema e Vídeo Ambiental, Edição 2007, que acontece na cidade de Porto Velho, de 13 a 17 de novembro de 2007 não terá somente obras de cinema e vídeo para assistir.


Nesta edição 2007, e como ocorrem todos os anos, o 5º Festival de Cinema e Vídeo Ambiental abrirá ao público um importante debate com o tema “Aquecimento Global”. O evento será realizado no Auditório da Universidade Federal de Rondônia no dia 16 de novembro, das 08:00 às 12:00 horas, reunindo professores, acadêmicos, pesquisadores e autoridades ligadas ao assunto. A entrada para o debate é totalmente franca.


Já confirmaram a presença para o debate o Poeta amazonense Thiago de Mello, defensor da Amazônia e dos direitos do homem em sua extensa obra e o representante da Petrobrás Nelson Cabral de Carvalho, Gerente Setorial de Segurança, Meio Ambiente e Saúde na Petrobras - Região Norte. Estão sendo ainda aguardadas as confirmações da Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, do pesquisador do Instituto de Pesquisas Espaciais Carlos Nobre, um dos mais respeitados estudiosos sobre aquecimento global do mundo, e do poeta Antonio Alves – Toinho Alves.


Para o curador do 5º Festival de Cinema e Vídeo Ambiental, Edição 2007, cineasta Jurandir Costa, o “festival tem a responsabilidade não somente de trazer o melhor que se produz em termos de audiovisual, mas também de propor à população a reflexão dos problemas principais que atingem a região amazônica e o mundo”.


Dentro do debate, sobre “Aquecimento Global”, serão abordados aspectos que podem incidir sobre as mudanças climáticas mundiais e quais as influências e possíveis conseqüências podem ser geradas em toda a Amazônia.

Debate: Aquecimento Global
Dia: 16 de novembro de 2007.
Horas: 08:00 às 12:00 horas
Local: Auditório da Universidade Federal de Rondônia - Centro
Entrada Franca
Realização:
5º Festival de Cinema e Vídeo Ambiental, Edição 2007

NOTAS:

*Seletivas para o Goiânia Noise Festival: O (site) Tramavirtual e Monstro Discos (organizador do Festival) chegam a dez nomes para a votação final, que indicará três bandas para integrar o “cast” do festival goiano. Os nomes são: Biônica, Diego de Moraes, Las Dirces, Mopho, Romulo Froes, Stuart, The Name, The River Raid, Tolerância Zero e Zé Cafofinho e suas Correntes.

Vote na sua favorita:
http://tramavirtual.uol.com.br/promocoes/goiania/index_votacao.jsp


**Brothers Skateboarding: Em Ji-Paraná, nos dias 26, 27 e 28 de outubro, será realizado o 1º Campeonato Regional de Skate de Ji-Paraná, no Ginásio de Esportes Gerivaldo José de Souza. Além das competições haverá shows com bandas locais e regionais, nos dias 27 e 28, entre as bandas confirmadas estão: Enmou (Vilhena), Ultimato (Porto Velho), Tatudikixuti (Ji-Paraná).

LINKS:

FestCine Amazônia - www.festcineamazônia.com.br

Friday, October 19, 2007




"Certa vez havia um homem que observava de sua janela, com vista para a praia, um rapaz solitário que ao amanhecer pegava as estrelas-do-mar e as arremessava ao mar. E passou a observar essa cena todos os dias: o solitário se esforçando para arremessar ao mar várias estrelas-do mar. Mas eram centenas, milhares, com certeza o rapaz não conseguia arremessar todas ao mar.
Então, houve um dia em que o homem não se conteve e foi em direção do rapaz, com a luz do sol começando a aparecer no horizonte, anunciando o raiar de mais um dia e indagou ao jovem: - Por que você faz isso, todos os dias? - Porque se não fizer, ninguém vai fazer e as estrelas vão acabar morrendo. Então faço isso todos os dias... - respondeu o rapaz. - Mas são milhares, você não vai conseguir salvar todas. Isso não é em vão, vai fazer alguma diferença? - Insistiu o senhor. O jovem então tranqüilamente se abaixou, pegou uma estrela-do-mar e a lançou em direção às águas e apontou dizendo: - Para ela fez!"
NOTAS:
*Série de entrevistas com as bandas que irão tocar no Festival Beradeiros, no blog Freak Glam. O Festival Beradeiros será realizado nos dias 17 e 18 de novembro em Porto Velho, capital de Rondônia. Confira as entrevistas: http://www.freakglam.blogspot.com/
**Ainda está indefinido o local de realização do Festival Rock in Rua em Vilhena, no dia 25 de novembro de 2007. O local original seria a Praça Ângelo Spadari, mas, provavelmente, para acompanhar a celebração dos 30 anos de emancipação do município de nosso município, será realizado na Praça Genival Nunes, mais conhecida como "Praça do Shopping".
***As inscrições de bandas para o Grito Rock Vilhena 2008 estão abertas até o dia 30 de novembro. Até agora 19 bandas estão inscritas, sendo que oito são locais. O Grito Rock vilhenense está programado para os dias 02 e 03 de fevereiro de 2008. Acesse o edital (orkut) e inscreva sua banda:
http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=24620291&tid=2555750760134780113&start=1
****Ainda sobre o Grito Rock local serão selecionadas doze bandas, sendo que seis locais e seis bandas de outros municípios. A intenção do festival aqui é fomentar o circuito rondoniense de música independente, inclusive com intercâmbios já fechados com as cidades de Cacoal, Ji-Paraná e Porto Velho.



#40 - Metal Jipa Parte II



A Cultura METAL ganha espaço em JIPA!



Corvo Tattoo apresenta:
METAL JIPA - PARTE 2



20 de outubro - sábado
Beira Rio (ao lado da ponte)
A partir das 19h



Enygmatha
Hawk Angel
Drop Zero_CACOAL
Sádica
Sanctify_PVH
Neófytos
Hellfire club_PVH
Eclipse Final



E ainda, uma fantástica corrida "Headbangers"com premiação*:



1° Lugar _ 2 Dydyo Cola e 1 Vodka
2° Lugar _ 1 Dydyo Cola e 1 Jamel
3° Lugar _ Vai se fuder... Tem prêmio pra perdedor não!!!




*Detalhe: Só poderá correr quem estiver de coturno!


** Festival Varadouro começou hoje:

Da assessoria


A edição 2007 do Festival Varadouro terá atrações de todas as regiões brasileiras e uma banda peruana dividindo os palcos do estacionamento do Arena da Floresta nos dias 19 e 20 de outubro com nove bandas acreanas. O festival, que este ano terá entrada gratuita, abrirá os portões a partir das 17h. O Varadouro chega à sua terceira edição no ritmo da crescente cena independente nacional, estabelecendo parcerias e ampliando sua área de atuação. Filiado à ABRAFIN¹ e partícipe do Circuito Fora do Eixo, o Varadouro é uma realização do selo acreano Catraia Records em parceria com a Fundação Elias Mansour e conta com o apoio do Governo do Estado do Acre, da Tramavirtual e Cerveja Sol.


Esse caminho musical aberto em meio da vida urbana rodeada pela floresta assume um importante papel devido a estratégica localização do Acre. Estado mais a oeste do Brasil, limítrofe da Bolívia e do Peru, encravado no coração da Amazônia latino-americana, este pequeno grande lugar propicia a agregação de outros valores à sua produção musical e ao novos caminhos do ambiente musical brasileiro, no qual o Acre se inseriu nos últimos anos.


O Festival em 2007, da mesma forma que um dia deixou de ser Guerrilha para se tornar Varadouro, deixa de ser apenas um festival de música para impulsionar a integração da América Latina através da cultura e assumir definitivamente o papel de mola propulsora na discussão dos problemas ambientais que atingem o planeta através de sua programação de debates e da integração de outras manifestações artísticas em sua programação.


Programação:


BANDAS

Dia 19, sexta-feira

Survive (Acre) – 20h

Recato (Rondônia) – 20h30

Lord Crossroad (Mato Grosso) – 21h

Escalpo (Acre) – 21h30

Tetris (Amazonas) - 22h

Filomedusa (Acre) – 22h40

Superguidis (Rio Grande do Sul) – 23h20

Camundogs (Acre) – 0h00

Madame Saatan (Pará) – 00h40


Dia 20, sábado

Marlton (Acre) - 20h

Mr. Jungle (Roraima) - 20h30

Blush Azul (Acre) - 21h

Nicles (Acre) - 21h30

Ludovic (São Paulo) - 22h

Mapinguari Blues (Acre) - 22h40

O Quarto das Cinzas (Ceará) - 23h20

Los Porongas (Acre) - 00h

Turbopótamos (Lima, Peru) - 0h40

OFICINAS

Quarta (17/10) e Quinta (18/10) – 19h

Projeto Fora do Foco – Oficina de fotografiaRenato Reis (PA)

Local: Fundação Elias Mansour


Quarta (17/10) e Quinta (18/10) – 19h

Circuito Fora do Eixo: a nova lógica da comunicação independenteMarielle Ramires – Espaço Cubo (MT)

Local: Fundação Elias Mansour


DEBATES
Sexta-feira (19/10) – 14h

30 anos de Flora Sonora

Beto Brasiliense, Pia Vila e convidados

Local: Teatro de arena do Sesc


Sábado (20/10) – 14h

Caminhos da música brasileira diante das novas tecnologias Israel do Valle (MG), Rodrigo Lariú (RJ) e Pablo Capilé (MT)

Local: Teatro Hélio Melo


CAMPEONATO DE SKATE
Sexta-feira, 19/10

15h – Abertura e inscrições

16h – Eliminatória Iniciante

17h – Apresentação Break

17h15 – Aquecimento Amador

17h45 – Eliminatória Amador

19h – Apresentação profissional com Klaus Bohms e Wagner Profeta


Sábado, 20/10

16h – Final Iniciante

17h – Apresentação Break

17h15 – Aquecimento Amador

17h45 – Final Amador

19h – Apresentação profissional com Klaus Bohms e Wagner Profeta




NOTAS:

¹ ABRAFIN: Associação Brasileira de Festivais Independentes

Thursday, October 18, 2007


#39 - Rock vilhenense tipo exportação?
Foto: Banda Madeiro


Em meu hábito matutino de folhear os jornais que chegam aqui no trabalho tive uma agradável surpresa ao abrir o caderno de cultura do jornal Diário da Amazônia ¹ e ver que na capa do mesma estava uma banda de rock (gospel), da cidade de Ji-Paraná, chamada Madeiro. Bom, até aí nada de anormal, diferente, para quem não analisa o contexto: a Madeiro, hoje em “Jipa”, começou justamente aqui em Vilhena. A banda no meio gospel em Rondônia é bem conhecida, inclusive já tocou em outros estados e até fora do país! – Uruguai, 2004. Lembro-me de uma vez que dividimos o palco em uma EXPOVIL², no caso toquei com minha banda – a nada cristã Enmou – depois deles, vi que agitaram bastante no palco. E era uma banda gospel, como pode?

Bom, mas indo para outra linha de raciocínio (sobre o rock gospel daqui escrevo mais abaixo), o rock daqui já gerou e exportou outras bandas que ainda rodam por aí, principalmente na capital do estado.


Na ativa estão três bandas, que começaram aqui e foram para Porto Velho: a politizada Guerrilha S/A, a performática Sucodinois e a eterna promessa – que agora será cumprida – Innocence. É bom deixar claro que não foi a banda toda que se deslocou para a capital, apenas um ou dois integrantes, que continuaram com seus projetos lá, encontraram novos integrantes e continuaram com seus nomes que surgiram por aqui.


A Sucodinois é a mais conhecida, haja vista que por muito tempo a banda proporcionou os melhores shows por aqui. Era de outro mundo, principalmente a cozinha (baixo + bateria) aliada à performance de seu vocalista Janor, atualmente único integrante da formação original da banda. Outro ponto positivo foi justamente que o surgimento da SdS aqui que se começou a pensar as bandas locais como diferentes, com propostas próprias, fugitivas do convencional. A Suco foi essencial para a mudança da cena rock local. As músicas psicodélicas sempre foram uma marca (deles) aqui e com a mudança para Pvh trouxe juntamente com a nova formação uma batida hardcore, que parece amplificar o que já se sentia antes, adrenalina e psicodelia. A ultima vez que vi a banda ao vivo foi no Festival Calango desse ano, com todas as músicas (as que eu conhecia) ainda na ponta da língua. Foi bom, espero ver mais vezes.


A Guerrilha S/A também inovou a cena local, e teve como formação clássica a acidez e objetividade das letras e voz de João Paulo, a competência musical de Ricardo (baixo e guitarra), a ginga de Cássio (bateria) e a musicalidade de Derek (guitarra, voz e baixo) fazendo um hip hop misturado com rock que cativou as pessoas daqui. A Guerrilha fez o que eu considero até hoje a apresentação mais polêmica do rock vilhenense, na EXPOVIL de 2006. Na ocasião João Paulo assustou ao fazer discursos sobre o “submundo” de Vilhena, principalmente abordou o assunto tráfico e consumo de drogas que é alto para um município do tamanho que é aqui. O cidadão comum se assustou, talvez este mesmo cidadão aplaude o filme “Tropa de Elite”, -assistido em uma cópia pirata - esquecendo que o tráfico e o uso de drogas remetem a profundas feridas na sociedade, desde as instituições básicas como família e escola até política econômica e impunidade da elite. Vilhena, Vilhena...


A Innocence acredito que “agora vai” com a nova formação. Ainda em Vilhena fizeram bons shows, mostrando seu hardcore melódico com bons arranjos e letras boas, diferentes da maioria das bandas do estilo que parecem fazer pagode-sertanejo com guitarras distorcidas. A Innocence também teve papel importante na reafirmação do rock autoral em Vilhena, juntamente com bandas como Cronos, Prozack, Neurose, Sub Pop, Enmou, etc. Potencialmente tem tudo para ser a melhor banda do estilo em nosso estado e, porque não, região.


Ao analisar a importância que as bandas tiveram no contexto aqui e também na força que tiveram por esses lados dá para constatar a força do rock local. Mas se invertermos o ponto de vista encontraremos um paradoxo: e o que a cena daqui fez por essas bandas?
Está aí uma pergunta que cabe a eles responder...

O Rock Gospel de Vilhena

Música agitada, mas letras tênues, reflexivas e atitudes positivas. Por que não dizer contestador?


O rock gospel é visto com certas reservas, gente que acha que rock e religião não combinam, gente que como Raul Seixas insiste em dizer que o rock é do “coisa ruim” e se dizem ateus...mas, espera um pouco. Ateísmo, a não existência de um ser superior, no caso Deus, se Ele não existe, então porque o outro deve existir? Ateístas com teorias teológicas, punks forrozeiros, góticos que não gostam – têm medo- de cemitérios, é Vilhena...


Bom, vamos voltar, o rock gospel em Vilhena é bem forte, mas ainda não se justifica como movimento. Não há, e acho que nunca haverá, um movimento de bandas de rock religioso aqui. E pode crer, bem melhor assim. Algumas bandas se integram na movimentação secular, que é o termo que usam para o rock não cristão (gospel), participando de atividades das mesmas até convidando para seus eventos. É algo que não vejo muito por aí. Bandas como Renúncia (com o performático Lucinei e as guitarras de Cleiton) que toca um rock bem potente, misturado com rap, de muita força e peso, fazem das bandas de rock gospel da cidade serem muito respeitadas. Outra banda respeitada no cenário rock local, em geral, é a Strutura 6. Para mim é a banda mais completa da cidade, bons músicos, bom público, só precisam investir mais em suas canções autorais, que ainda dividem espaço com canções de bandas como Rosas de Saron, entre outras. Outras bandas que destaco são a Servus e a Sistema Oposto, a primeira tem um rock mais lento, mas cheio de personalidade e com bom peso e melodia nas guitarras. Quanto à S.O. ela faz mais alinha punk hardcore, com músicas mais rápidas e melódicas, é uma das bandas que podem surpreender no cenário rock local.


Muita gente já citou que bandas de rock gospel talvez não possuam potencialidade para fomentar a cena de rock de uma cidade, no sentido que muitas ficam presas em seus preceitos, infelizmente há muitos fundamentalistas que acham que esquecem da origem da palavra religião entre os homens (ou os populares “crentes chatos”). Numa cidade onde tudo parece ser de cabeça para baixo como é aqui não podia faltar isso: a banda gospel que toca rock pesado, sem deixar de seguir suas ideologias. Têm se demonstrado os melhores parceiros para eventos, sempre que quiser pode contar com eles. É certeza de uma mão amiga, enfim, religar o que o homem (pequeno, imbecil, intolerante) um dia quis desligar: o amor ao próximo.

Site oficial banda Madeiro: www.bandamadeiro.com

NOTAS:
¹
Edição de 17/10/2007

² EXPOVIL – Exposição Agropecuária de Vilhena

Wednesday, October 17, 2007

#38 - Paragominas FEST ROCK
Da Assessoria

No dia 06 de julho de 2006, foi criado em Paragominas, nordeste do Pará, Primeiro Paragominas Fest Rock com finalidade de estimular, fortalecer e expandir a música como ato de liberdade, usando-a para difundir ideologias de cunho meramente conceituais.
A idéia central era de reunir diversas bandas locais, defender uma causa e estimular a musicalidade no público, mas já para o primeiro evento realizado nos dias 10 e 11 de novembro de 2006, as proporções foram além do previsto e tivemos que reformular criando critérios mais rigorosos para a seleção das bandas, além de buscas por parcerias com instituições públicas e empresariais. A primeira edição deste festival teve como slogan: Por um novo ideal! Defendendo o passo primário no ato de mudar conceitos e paradigmas imputados em uma cidade onde a diversificação de culturas é incrivelmente absurda. Mas, sabendo das dificuldades, entramos de cabeça e assim aconteceu o primeiro grande evento de rock da cidade, com participação de 12 bandas dos estados do Pará, Tocantins e Maranhão, com um público estimado em de cerca de 2 mil pessoas, e como resultante da causa defendida, mais de 03 toneladas de alimentos distribuídos à APAE local, instituição que cuida de crianças e adolescentes excepcionais.

No ano de 2007, já devidamente reconhecido pela sociedade, a classe empresarial, a mídia e a administração local abraçaram com mais confiança a idéia. A maior dificuldade seria em trazer uma banda de nível nacional caso ainda em negociação, mas tudo está relativamente dentro dos planos, temos um programa na radio que leva o nome do evento, destinado ao público roqueiro da cidade, assim como um espaço na TV denominado STUDIO ‘C” o que demonstra a seriedade com que é tratado este evento. Neste ano devido às freqüentes sugestões sobre este tema resolvemos defender a causa ambiental. No dia do evento haverá um passeio ciclístico pela cidade. O passeio tem também um caráter sócio educativo em prol da preservação do meio ambiente, onde no meio ou final do passeio sempre estaremos realizando alguma atividade relacionada à defesa da ecologia e do meio ambiente, como exibição de vídeos ou comentários de especialistas, distribuição e plantio de mudas de árvores, por exemplo.

Ainda em estado de saudosismo do evento anterior, e aos muitos elogios, sugestões e críticas benéficas oriundas de músicos, internautas e até produtores de eventos, este ano estamos diversificando para torná-lo mais consistente, optamos por trazer bandas que tenham um bom tempo de estrada, instalação de uma tenda eletrônica, um local mais centralizado, um P.A. de excelente qualidade, estandes e uma praça de alimentação. A mídia rompeu a fronteira local, e mais uma vez nos sentimos na suave obrigação de firmar este evento como um do melhores da região nordeste do Pará.

Bandas confirmadas: Santo Graal (www.santograalrock.com), Garagem 32, Crash Down, Disgrace And Terror, Deep Dark e 23X .
Ainda vamos confirmar mais 12 bandas sendo 4 nacionais.
Paralelos: Tenda eletrônica, Stands, Skater’s, Street Dance
Local: AABB Paragominas
Data: 09 e 10 de nov/2007
Ingressos para 02 noites: 10 reais
Produção do Evento:
Merchandising, Publicidade e Propaganda:
Marcelo Armando Lopes Monteiro
Segurança/Vendas: Héllfly Oliveira Sousa
Manager das bandas: Anderson dos Santos Sampaio
Divulgação Virtual: Luciano Chocolate

Contatos:
91 - 8101-7949 / 8154-1713

Tuesday, October 16, 2007

#37 - “UM RECADO PARA BABY BLUES”¹
POR: Isaac Ronaltti

Qual o melhor nome para classificar o 'não visto', o 'não ouvido', aquilo que passou de maneira fugaz ao decorrer de mais de duas décadas?

Assim aconteceu com grande parte da cultura local - curiosamente nestes poucos mais de 20 anos que esta terra é conhecida como Estado de Rondônia -, ainda mais, quando esta cultura se tratava de movimentos jovens que, costumeiramente, eram encarados como surto de uma juventude sem princípios, pagã, libertina e promíscua - semelhantemente como Bloom² classificara a juventude americana no final da década de 80.

Através dos movimentos jovens - em especial o Movimento das bandas de Rock -, Porto Velho, assim como o Estado de Rondônia, não percebeu as diversas manifestações que se processavam entre estas tribos urbanas, até porque estas estavam na condição de marginais, contudo, pouco a pouco este movimento vivenciou um processo de organização.

Grande parte destes movimentos tinham influências visíveis dos maneirismos da década de 70, bem como do Punk. Foi assim que o Rock tornou-se ferramenta de interferência sócio-política de um bom número de jovens deste Estado.

Diferentemente dos processos de aculturação e cópia dos modismos influenciado pela mídia - na década de 80 devido à expansão da televisão e na década de 90 devido o maior acesso aos computadores e a internet -, o Rock, este ritmo estrangeiro, foi usado como amplificador das angústias, problemáticas e inseguranças da juventude rondoniense.

Esquecidos pelo tempo, bandas e músicas se somaram aos perdidos, lembrados apenas por alguns dos saudosos guerreiros que tiveram a oportunidade de presenciar, assistir e ouvir, as mais diversas apresentações de bandas nestes muitos anos.

As bandas, em sua maioria, nasceram de influências da música Punk - assim como o movimento de bandas de Rock em Brasília nos anos 80, que deu como fruto bandas como: Plebe Rude, Legião Urbana, Capital Inicial, entre outras -, outras ainda foram muito influenciadas pelo psicodelismo e o virtuosismo de bandas como The Doors e Pink Floyd: é o caso da banda Nômades.

Essas manifestações não se restringem a Porto Velho, basta observar os trabalhos de bandas como Os Químicos - da cidade de Ariquemes -, que em músicas como “Força Militar” tratam de criticas a obrigatoriedade do serviço militar, tema muito abordado pelos movimentos punks.

A banda Merda Seca na música “Deus = o capital”, traça um paralelo entre acumulação, usurpação monetária do povo pela igreja (sejam protestantes ou não), crítica a sociedade ocidental (cristã, puritana e capitalista), e ainda faz uma crítica incisiva a idéia de “deus” que mantemos.

“Teatro no Vinil” é uma música da banda Detroid - extinta banda portovelhense liderada pelo lendário Jony “o desordeiro”: a música trata dos conflitos entre tribos urbanas - Punks e Headbengers -, é uma narrativa de umas das lendas urbanas de Porto Velho (ou de um dos mais interessantes factóides locais): a história da Headbenger Sam, segundo as falácias locais, esta última teria manipulado punks e headbengers, inclusive promovendo a pacificação temporária entre estas tribos - conhecidas por não conviverem muito bem. O episódio termina com Sam - após ser desmoralizada entre Punks e Headbengers - incendiando seu apartamento e colocando fogo em seu próprio corpo. Sam não morreu, contudo, ninguém sabe do seu paradeiro, comenta-se que a mesma teria se mudado para o Amapá.

A banda Orbe, uma das bandas mais lembradas da juventude que freqüentava a extinta Oficina do Rock³, transmitia em suas músicas toda a geração que foi influenciada pelo mal estar, presente na juventude dos Estados Unidos da América, evidente no final da década de 80 - identificado por Bloom, e liderado pelas bandas Grunge, que entre seus principais precursores estão bandas como Nirvana - 4 -, Melvins e Pearl Jam.

BANDA RÁDIO AO VIVO (2004)

Ainda sobre as influências do Grunge e toda acidez do Punk, a banda Rádio ao Vivo - vindo a existir inicialmente como banda Neófitos -, sintetizou na música “Mansão do Arão” uma boa quantidade de niilismo e desmazelo. A história do morador de rua Arão é a metáfora de um ataque a diversos valores de nossa sociedade: escola, status quo, acumulação, puritanismo, comodismo e indiferença. A música nasce a partir de uma situação curiosa: Arão após ser perguntado sobre onde ficava sua casa, apontou para a praça e disse: “olha ali a minha mansão”.
A música ainda aborda em seu conteúdo diferenças sociais, tribos urbanas e a juventude marginalizada que, até então, tinha como principal ponto de encontro em Porto Velho, a Praça Aluízio Ferreira - conhecida popularmente como a “Praça do Half” - 5 -.

A Coveiros é, sem dúvida alguma, uma das bandas mais conhecidas do Estado de Rondônia. A banda possui um bom número de músicas que marcaram Porto Velho. Considero “Medo e Esperança” uma das melhores músicas da banda. A música exprime uma turbulenta afronta ao ser humano acomodado, é digna de ser classificada como a síntese de uma re-volta. A música é agressiva, mas muito profunda - envolta pela guitarra mais do que pesada de Hélio, a garganta destruidora de Giovani, a bateria esquizofrênica do Del e o Baixo do Yuri-, lança uma sensação de desespero, algo próximo da sensação que qualquer um teria caso estivesse na Faixa de Gaza vestido com o uniforme do Hesbolá, e ainda, sendo obrigado a ter que segurar uma bandeira de Israel. Dá para imaginar?

FANZINE ORGANIZADO PELA BANDA D.H.C

Já que falamos de Israel e da Faixa de Gaza, é bom lembrar que as músicas das bandas locais, costumeiramente, se responsabilizaram por traduzir as emoções e as opiniões da juventude local a respeito de temas dos mais complexos. Foi assim com a banda DHC, na música "Oriente Médio": a música expõe o ambiente de guerras vivido no inicio da década de 90, em especial, os conflitos da Guerra do Golfo e os ataques constantes a Beirute. As músicas da D.H.C já tratavam de temas super atuais como ambientalismo e críticas a proliferação da energia nuclear.

Interpretada pela DHC, a música “Porto Velho Caos” curiosamente foi composta por um grupo de amigos de Ariquemes e já destrinchava, em notas e versos, toda a acidez e contradições sociais advindas como soldo da atividade garimpeira em Porto Velho.

A banda Scrooff, sem abrir mão da melodia, conseguiu juntar em uma boa música uma ótima crítica: “Estado-Razão” mostra que é possível sim, juntar melodias a críticas sociais recheadas de argumentos punks.

Por fim, a banda vilhenense - Enmou -, na música “Vou matar cowboy”, identifica de maneira singular as diferenças e contradições presentes num estado construído a partir de uma miscelânea de culturas: o confronto entre o urbano marginalizado - punk -, e o modismo rural configurado como o filho snobe do grande proprietário rural - no caso o cowboy -, mostram as diferenças e os contrastes de um estado em formação, além das diferenças entre o urbano e o rural, este último sendo a corrente majoritária local.

Enfim, como negar as diversas influências do movimento rock em Rondônia, ao passo que, este movimento foi catalisador de diversas características que colaboraram para o que somos hoje? Este mesmo movimento enfrentou o fim da ditadura, quando, para promover qualquer evento, a banda Nômades era obrigada a enviar cópias das músicas para o Departamento Federal de Censura em Rondônia, para, após uma análise do teor das letras, conseguir liberação para expor suas músicas nos eventos.

A banda Nômades ainda encabeçou o “Projeto Espaço Aberto” - projeto que acontecia quinzenalmente na Praça das Três caixas d’águas ao decorrer do ano de 1987 -, conseguindo agregar em um evento 10.000 pessoas. Era a movimentação de figuras e bandas que possibilitavam as manifestações de uma cena.

O Rock, ritmo estadunidense, se perdia nas notas de diversas bandas, e estas se tornavam original ao passo que falavam de seu cotidiano, mas sem apartar das questões do mundo por aí à fora. Isso é visível seja num evento da banda Nômades na escadaria da Unir Centro, em 1987 - alguns acreditam que o primeiro evento realizado no local-, um protesto contra os diversos problemas de fornecimento de energia elétrica na cidade de Porto Velho, o que acabou por dar nome ao evento de “Faz escuro, mas eu canto”. Ou ainda, nos versos de protesto da D.H.C que, de certa forma, inseriam os jovens que ouviam a banda em debates como Guerra, Imperialismo, não-submissão e autonomia.

Versos de protesto contra uma “democracia onde o que vale é obrigar” como dizia um trecho da música “Força Militar” da banda Os Químicos. Os mesmos protestos vertidos em mensagens metafóricas da música “Mansão do Arão” da banda Rádio ao Vivo - versos repletos de anarquismo, repletos do “do it yourself”, ou o faça você mesmo, versos figurantes do caos que como teoria possuem como fim o mesmo lugar: um eterno retorno onde a destruição é uma constante criação.

E quem negaria que “Deus = o capital”, da banda Merda Seca, não é uma feliz análise sociológica, uma música que passeia pelo materialismo-histórico-dialético de Marx e faz ponte com a análise de Max Weber sobre o protestantismo como o cerne fundamental do espírito capitalista.

Isso é só um pouco do que construímos em mais de duas décadas de Rock em Rondônia, e muito não foi falado, não foi analisado, não foi visto nem ouvido.

Construímos algo original, regional, que não é produto da aculturação, mas sim, de uma antropofagia cultural - como a de Oswald de Andrade - 6 -, onde cultura é vista não como algo que vem de fora, mas que é produzido a partir da prática e análise do cotidiano em que vivemos inter-agindo, inter-ferindo.

NOTAS
1 - “Recado para baby blues” é o título de uma música da banda Nômades, a primeira banda de rock a produzir música própria em Porto Velho. Escolhi esse nome para o artigo, pelo simples motivo do nome ser consoante com o objetivo principal desta publicação: a promoção e a divulgação de informações a respeito de bandas de Rock locais.

2 - BLOOM, Alan. “The Closing of the American Mind” - “O estreitamento da mentalidade Americana”: Bloom em sua publicação de 1988 alega que a cultura popular, em especial o Rock, causou atrofia do vigor e da inteligência da juventude americana. Entre outras considerações Bloom fala do declínio moral e intelectual, encara como única causa, o Rock; teme o espírito desafiador as autoridades que este ritmo implantou nos jovens a partir da década de 60. O livro é uma grande coleção de considerações preconceituosas, puritanas e autoritárias, bem ao estilo do Gentleman - as características do colonizador da “Nova Inglaterra”. Os pontos positivos estão na qualificação do Rock como movimento, e que, caracterizado como cultura popular, é ameaçador as bases das instituições intocáveis da terra: a igreja e o estado.

3 - Durante mais de 20 anos a Oficina do Rock foi o principal ponto de encontro do pessoal do Rock. Infelizmente (ou felizmente) a Oficina foi transformada em um estacionamento no início do ano de 2005.

4 - Bloom ainda foi motivo de inspiração para um dos principais clássicos do Nirvana: a música “In Bloom”.

5 - O Half foi recentemente destruído pela Prefeitura Municipal de Porto Velho por motivos de reestruturação e reforma da Praça. A Praça Aluízio Ferreira também era conhecida (ou ainda é... sei lá) como a “Maldita”.

6 - Um dos grandes nomes da Semana de Arte Moderna de 1922.

Monday, October 15, 2007

#36 -Foi, mas não foi e a eterna celebração do óbvio.



A TV estava lá (TV Allamanda), a Rádio estava lá (Rádio Ji-Paraná). Os "roqueiros" não.


Com um apoio de vários jornais (sairam notas e matérias em pelo menos nove) e sites o I Encontro Estadual de Coletivos de Rock pelo menos chamou a atenção da mídia tradicional para uma causa ainda em baixa: o rock de Rondônia. Agora acredito que mais baixa ainda, devido a falta de compromisso, vontade, iniciativa, o que for...


Vilhena (Rock), embora apenas com um representante, estava lá. O Projeto Beradeiros, de Porto Velho, também estava lá, representado por Marcos Felipe e pela banda Made in Marte. A intenção de se realizar um evento no Centro do Estado, para chamar a atenção dos outros municípios que ainda não se integraram à movimentação independente parece ter sido em vão. Cidades próximas a Ji-Paraná tiveram seus representantes convidados, muitos negaram de imediato devido à falta de condições ou justificaram em cima da hora (ou mesmo não justificaram) que não poderiam ir. O que restou foi no sábado ficar conversando informalmente com a TV e entre os poucos que estavam lá, Vilhena e Porto Velho, logo depois com a chegada de Rafael "Frajola", vocalista da banda Tatudikixuti, que no domingo não pode estar presente devido a compromissos com a banda no município de Alvorada. Ou seja, a reunião em si foi adiada para o domingo.


Mas o quadro de domingo foi mais desanimador.


Novamente Vilhena, Porto Velho e Raphael Amorim representando Ji-Paraná e... só.

Tentativas e convites não faltaram afinal "todo mundo" havia se encontrado a noite anterior (sábado) no Ruby Point para a realização do Intercâmbio Rock (resenha logo abaixo) onde foram trocados e-mails, "orkuts" e MSN's e não faltaram convites para a reunião que iria ser realizada na Biblioteca Municipal. Talvez o álcool e a euforia não permitiram a assimilação real do que se estava dizendo no momento. Agora o que resta até o festival Beradeiros são os contatos virtuais, talvez com pedidos para que uma banda toque ali, outra aqui. Só, talvez seja isso: a movimentação Rock de Rondônia só dá certo no campo virtual. Porque no real ainda não à vontade, desejo, iniciativa. Parece que poucas pessoas querem levar a sério isso, muitos não fazem essa ligação: os eventos que são poucos hoje podem acabar amanhã. Só irão restar as festas. Bom, mas não o suficiente.


Talvez o quadro mais desanimador tenha sido para o pessoal que saiu de Porto Velho para o debate. Sendo que o interior do estado cobra mais participação em eventos na capital já que as bandas da capital costumeiramente fazem pressão para tocar em outros cantos do estado. Na hora que poderia se discutir cara a cara, trocar idéias.... nada. Fiquei até frustrado com essa "derrota". Mas pelo menos as duas cenas, agora sim posso dizer, mais representativas do estado estavam lá presentes.


Pelo menos, com as poucas pessoas foram debatidos alguns pontos necessários para o fortalecimento da cena rondoniense, mas nada muito além do que já havia sido debatido antes através de conversas virtuais. Só ressalto que não desmereço os MSN's da vida, aliás, as cenas rock do Brasil inteiro se estabelecem e são fomentadas através de conversas iniciadas no campo virtual, mas justamente no momento em que se pode sentar e conversar pessoalmente, sem problemas de queda de conexão ou internet discada, as pessoas não aparecem. Ainda mais os "guerreiros virtuais" que descem a lenha no orkut mas na hora do vamos ver sequer aparecem pra dizer um "A". Chato é, lamentável.


Intercâmbio Rock 2ª Edição
Ji-Paraná - Ruby Point - 13/10


Noite de sábado com um tempo de chuva e vindo de uma tarde frustrante, pelo menos quando se trata de movimento de rock regional, pois a reunião marcada não aconteceu. Nada que abalasse o bom humor e a vontade de ver as bandas se apresentando durante o Intercâmbio. As duas bandas de Vilhena (Enmou e Sistema Oposto) não puderam se apresentar, então foi escalada a banda Hope, de Ouro Preto, para iniciar o evento. Nostalgia, talvez seja a palavra certa para descrever a apresentação da banda. Anos 90 total, desfilaram um repertório recheado de Nirvana ("Dive", "Territorial Pissings", "Breed", etc.) e uma música do Bad Religion ("American Jesus") - nesta faltou um pouco de velocidade - e mais duas próprias, que puxam pro lado do hardcore melódico, anos 90 (de novo).
A segunda banda da noite foi a cacoalense Relicário, que talvez seja hoje a banda do interior mais conhecida. Com músicas nas rádios, gente cantando eles aonde vão. A banda é competente, manda bem, mas deixou a desejar justamente nas composições próprias. As duas músicas que eles tocaram são boas, mas a banda ainda concentra sua força em desfilar um repertório composto em sua maioria de covers. É uma banda interessante para se integrar ao circuito independente do estado, mas que para isso deve inverter a lógica e trabalhar com mais músicas próprias.
Logo em seguida sobe a banda Made in Marte, de Porto Velho, dissonante, mas coerente, foi a banda que queria ter visto no Beradeiros no ano passado. Dessa vez, sem nervosismo, bem concentrada e tocando apenas músicas próprias - diga-se de passagem foi a única banda que fez isso - a banda é fiel àquelas que "ou você ama ou você odeia". Particularmente gostei muito da apresentação, numa noite que infelizmente constatei que foi a celebração do óbvio. O público de Ji-Paraná não parece ser fan de novidades, de sons diferentes. E sempre tem aquele chato que fica: Toca Raul, Nirvana, Legião. Aquele necrófilo da arte...
Por fim a anfitriã Di Marco, encerrou a noite com "o jogo ganho", e também com uma boa apresentação. Entre as covers a banda ia apresentando suas músicas próprias, cada vez mais presentes em seu repertório, muitas delas já conhecidas pelo público local. Ponto para eles.
O saldo do evento foi positivo, não lotou o local, mas o público foi bom. Mas ainda deu para constatar o lance das bandas procurarem se firmar em músicas não-autorais, em um evento, que na minha opinião, deveria ser para afirmar essa nova realidade que se quer para o rock independente estadual, o reconhecimento por obras autorais. Ainda são poucas que procuram esta visão, talvez por estarem se firmando agora.
Mas cria-se um paradoxo grande com tudo isso. Bandas que fixam seus trabalhos em músicas não autorais buscam entrar num circuito de rock independente (que visa incentivar bandas autorais), até reclamam pela 'falta de espaço', com algumas pessoas dizendo que existe 'panelas', mas quando convidadas a participar de um debate para saber o porquê disso acontecer sequer aparecem para ouvir ou debater.
Só há argumento nesses casos quando há participação. Infelizmente quem participa faz parte de uma minoria, que antes até eu mesmo questionava, mas de agora em diante dou razão.
Mas sem ser xiita.

Thursday, October 11, 2007


#35 - I Encontro dos Coletivos de Rock de Rondônia

O I Encontro dos Coletivos de Rock de Rondônia será realizado em Ji-Paraná, nos dias 13 e 14 de outubro de 2007, com a intenção de reunir os coletivos de rock do estado, juntamente com bandas, produtores, jornalistas e interessados em acompanhar o crescimento da cena rock de Rondônia.


O encontro é um velho desejo dos coletivos de rock do estado, porém nesses últimos dois meses a idéia amadureceu e floresceu devido a iniciativa de três dos principais coletivos de rock do estado: Vilhena Rock, Movimento Rock de Ji-Paraná e Projeto Beradeiros.


O município de Ji-Paraná foi escolhido para o primeiro encontro devido a posição estratégica do município, centro do estado, o que facilita para o acesso dos interessados em participar do encontro. Este primeiro encontro partiu da necessidade do fortalecimento do diálogo das cenas rock do estado de Rondônia e também de se firmar propostas concretas para o intercâmbio cultural entre as mesmas.


O encontro deverá ser realizado também em outras oportunidades como em breve no Festival Beradeiros que será realizado entre os dias 17 e 18 de novembro, na cidade de Porto Velho.


A intenção também é contar com a participação de representantes dos poderes público e privados, para partilharem das intenções dos promotores culturais ligados à cena rock de Rondônia e também avaliarem a possibilidade de ajuda ao crescimento desta cena que é importante no contexto da cultura jovem e urbana, onde muitos expressam suas idéias, desejos e vontades de forma consciente e coletiva, de forma solidária e cooperativa.


Pautas

Apresentação e Contextualização das Cenas e Coletivos de Rock do Estado de Rondônia:

Apresentação e contextualização da quem produz e qual a realidade em que está inserido cada coletivo de rock do estado. Se há interesse coletivo das bandas, participação ativa dos poderes público e privado, quais as dificuldades e quais os pontos positivos da cena local, definida por produtor/coletivo de determinada cidade.

Grito Rock Rondônia 2008:

Até 2006 o festival Grito Rock era realizado somente em Cuiabá, idealizado pelo Espaço Cubo (
www.espacocubo.blogger.com.br), com a intenção de criar uma programação alternativa para quem não compartilhava das atrações do carnaval tradicional. Várias bandas do Brasil já passaram por este festival na capital mato-grossense.

Em 2007 a rede foi ampliada e 20 municípios espalhados pelas cinco regiões do país (incluindo Vilhena, Ji-Paraná e Porto Velho) decidiram realizar o festival de forma integrada, o que fez surgir o maior festival independente integrado do país. Mais de 150 bandas circularam pelo país, entre elas 26 em Rondônia.

Em 2008 a projeção é de que no mínimo 50 cidades do país todo participem da iniciativa, no período de 31 de janeiro a 05 de fevereiro. Agora o festival encontra-se numa nova realidade, a cidade de Buenos Aires, capital da Argentina, também irá participar da iniciativa, fazendo do festival o maior evento independente da América Latina;

O objetivo para a reunião é confirmar as cidades rondonienses que participarão da iniciativa e fornecer o apoio tecnológico para cidades que estão começando a se movimentar agora.

Estabelecimento de metas para 2008 - intercâmbio de informações e tecnologia:

Os produtores que tiverem mais experiência compartilharão experiências e modos de operação para realização de eventos, festivais. Serão trocadas idéias e tecnologias para melhor conhecimento do que é feito na região.

Mapeamento de eventos e espaços culturais do Estado ligados à cena rock:

Identificar, conhecer e divulgar os eventos independentes do estado e também os espaços que possibilitem a oportunidade de realização de eventos.

Fortalecimento das relações intermunicipais e “linkar” RO definitivamente com o Circuito Fora do Eixo:

Fortalecer as relações entre as cenas rock do estado, aproximando os líderes dos movimentos de forma a facilitar a troca de idéias e tecnologias;

Fortalecer a relação entre o estado de Rondônia e o Circuito Fora do Eixo, para que a cultura jovem de Rondônia possa se espalhar para o país todo e receber informações de coletivos de outros contextos e locais;

Incentivar a participação de artes integradas nos eventos:

O movimento rock sempre foi ativo em nosso estado, de forma independente. É importante essa expansão para outros setores culturais, partindo dos produtores de rock a iniciativa para que teatro, dança, artes plásticas, entre outros tenham espaço garantidos em seus eventos, de forma a aumentar o alcance de suas atividades e incentivar outros setores culturais.


Programação:

I Encontro de Coletivos de ROck*
Cidade: Ji-Paraná
Data: 13 e 14 de outubro



Dia 13 de outubro a partir das 15 horas
Local: Biblioteca Municipal de Ji-Paraná

Pautas:
- Apresentação e Contextualização das Cenas e Coletivos de Rock do Estado de Rondônia;
- Grito Rock Rondônia 2008;
- Estabelecimento de metas para 2008: intercâmbio de informações e tecnologia;
- Mapeamento de eventos e espaços culturais do Estado;
- Fortalecimento das relações e linkar RO definitivamente com o Circuito Fora do Eixo;

- Incentivo à participação de artes integradas nos eventos;

A noite do dia 13 de outubro, programação cultural: Intercâmbio Rock.

O Intercâmbio ROck tem a intenção de ligar as bandas do estado num projeto mais íntimo, pra que seja criado um laço maior e mais forte entre a banda da capital e as do interior (alternativo).
A idéia inicia para realização desse intercâmbio é de que ele não se limite a Ji-Paraná mais sim ao estado, aumentando assim as chances das bandas tocarem em cidades diferentes dentro do mesmo projeto.


INTERCÂMBIO ROCK 2ª Edição
Sábado 13 de outubro 2007
Local: Ruby Point
A PARTIR DAS 21:30 Hs
ENTRADA FRANCA
Bandas:

DI MARCO (Ji-Paraná)
MADE IN MARTE (Porto Velho)
RELICÁRIO (Cacoal) e bandas a confirmar.


Realização: Di Marco & Interior Alternativo



Dia 14 de outubro
Local: Biblioteca Municipal de Ji-Paraná

- Considerações dos coletivos;
- Apontamentos finais;
*ROck = Rock de Rondônia

Entrevista de Nettü Regert sobre o Encontro:

http://entrevistaaocubo.blogspot.com/2007/09/movimento-fora-do-eixo-de-rondnia.html



Realizadores:
- Movimento Rock de Ji-Paraná
- Projeto Beradeiros
- Vilhena Rock

Apoio:
- Fanrock


Contatos:

João Carlos Regert Neto – “Nettü Regert”
MSN:
jc_ramone@hotmail.com
TEL: (69) 9223 7482 e (69) 3321 3428
Vilhena Rock
www.vilhenarockzine.blogspot.com

*Notas:


Hoje tem RETRETA, evento organizado pela ONG Group Novamente, grupo de Teatro Experiemental, e o convite é para todos participarem. Todos os artistas locais estão convidados para demonstrar suas obras. Convite também para as bandas colaborarem com essa movimentação cultural e fazer um voz e violão por lá.
INFO:
RETRETA hoje, a partir das 20 horas!!!
Na Pizzaria Domênico - galeria Zoom
Entrada Franca.
Para apresentação cultural falar com Bráz Divino, que estará no local do evento a partir das 18 horas.



SÁBADO, 13 de outubro.
Estréia a peça "CAOS", do grupo teatral Canaã, no Centro de Treinamento Marizeth Mendes. Ingressos: 9225-5524, falar com Josemar.


No mais até breve.