Thursday, May 29, 2008

#76 - Reunião para debate sobre o Encontro X




ENCONTRO X
Jovens vilhenenses se reúnem para debater evento

Será realizada uma reunião no próximo sábado, 31 de maio, no coreto da praça Padre Ângelo Spadari, com o objetivo de se debater os pontos para a realização do Encontro X: data, horários e atividades que serão realizadas durante o evento. Na ocasião estarão presentes praticantes de esportes radicais (como skatistas, rollers, bikes free stile) e agentes culturais (bandas, representantes de grupos de teatro, etc.).

Idealizado pelos coletivos Possa Skateboard e Vilhena Rock - ambos voltados à cultura jovem, urbana e inclusiva - o Encontro X será realizado no segundo semestre (após a EXPOVIL) e tem como objetivo reunir a juventude ligada aos esportes radicais e bandas de rock, além de grupos de teatro e outros agentes culturais para a realização de atividades em conjunto, fazendo um dia de lazer, unindo esportes radicais, música e outras manifestações culturais.

O nome escolhido para o evento remete aos esportes radicais e também à Geração X (alguém lembra?), considerado como os pontos principais das atividades.

Estão convidados para a reunião todos os interessados em participar e colaborar no evento.

Compareçam!

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SERVIÇO:
Debate sobre o Encontro X
Sábado, 31 de maio, a partir das 18:30
Local: Coreto da Praça Padre Ângelo Spadari

Wednesday, May 28, 2008

#75 - De volta, mais uma vez...

Enmou, uma das atrações do Encontro X

VILHENA ROCK & POSSA SKATE
Encontro X - Rock, Skate, Roller, Bikes, Teatro, etc.

Com o objetivo de reunir jovens dos mais diversos meios esportivos e culturais será realizado em Vilhena o Encontro X (nome provisório – ou não). De início está marcada para este sábado (31/05) uma reunião que será feita no Coreto da Praça Padre Ângelo Spadari, a partir das 18:30 h, para se debater o dia e o local do Encontro X, além das atividades que serão realizadas durante o evento.

A idéia do Encontro X surgiu de uma conversa – via MSN – entre Jhon (do Possa Skate) e eu (Vilhena Rock), na qual falávamos sobre a mobilização da juventude aqui em Vilhena, onde se ouve muito falar em protesto (que não fazem), mas existe pouca ação real. Durante a conversa surgiu a idéia de um evento que reunisse bandas de rock e os skatistas da cidade, mas com o andar da prosa concordamos em convidar representantes de outros esportes radicais e outros setores culturais – pelo menos agentes culturais ligados a teatro aqui foram convidados.

Juntando essa galera poderemos debater sobre as melhorias para que a praça Padre Ângelo Spadari se torne ponto de encontro dos atletas de esportes radicais, além de ponto cultural, devido ao espaço físico que a praça tem.

De qualquer forma o convite é para todos os interessados em realizar uma atividade que envolva esporte, cultura e consciência coletiva.

Compareçam.

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Inscrições abertas

FESTCINE AMAZÔNIA
Festcine Amazônia abre inscrições para 2008

Estão abertas de 02 de maio a 29 de agosto de 2008 as inscrições para o Festcine Amazônia – Festival de Cinema e Vídeo Ambiental cujo tema deste ano é “Não – A Natureza não pode sair de cena”. O Festival que já é um referencial sobre temática ambiental na região amazônica, realiza sua sexta edição que acontece em Porto Velho, Rondônia no período de 10 a 15 de novembro de 2008.

As inscrições poderão ser feitas através de preenchimento de formulário próprio a disposição dos interessados no site
www.festcineamazonia.com.br O material, preferencialmente - Fita Mini DV/NTSC, DVD ou VHS/NTSC do filme/vídeo, deverá ser enviado para o endereço Festcine Amazônia Rua: Paraguai, 320, Morada do Sol 2, Bairro Embratel - CEP: 78900-970 Porto Velho – RO – Brasil (e-mail: fest_cine@hotmail.com e contato@festcineamazonia.com.br
).

O Festcine Amazônia a finalidade de divulgar e exibir obras audiovisuais, curta e média metragens, de ficção, documentários, animações e experimentais, com temática ambiental, produzidas em qualquer parte do mundo, desde que legendadas ou faladas na Língua Portuguesa. Cada participante poderá inscrever mais de um filme/vídeo realizado a partir de 2000.

De acordo com a comissão de organização apesar de colocar em evidência o tema ambiental e de fomentar a discussão e reflexão sobre as causas ambientais, o festival é aberto para a inscrição de todo e qualquer gênero de produção e que estão aptos a se inscreverem os filmes (35 ou 16 mm), vídeos produzidos em qualquer formato, com duração máxima de 26 minutos. Obras com tempo superior a 26 minutos, poderão ser inscritas e exibidas nas mostras itinerantes dos bairros e cidades, fora de competição.

A premiação está dividida nas categorias: Melhor filme e vídeo que concorrem igualmente ao Troféu Mapinguari e uma câmera de vídeo digital. Prêmio Danna Merril para Melhor Documentário; Prêmio Major Reis para Melhor Animação; Prêmio Vitor Hugo para Melhor Ficção; Prêmio Manoel Rodrigues Ferreira para Melhor Experimental.

A Mostra premia também o Melhor Roteiro (Prêmio Chico Mendes); Melhor Montagem (Prêmio Marina Silva); Trilha sonora (Prêmio Povos Indígenas de Rondônia), fotografia (Prêmio Silvino Santos) e ainda Prêmio Capô (Maurice Capovilla): Linguagem; Prêmio Melhor Direção; Prêmio Melhor Ator; Prêmio Melhor Atriz; Júri Popular; Prêmio Thiago de Mello – Troféu Esperança; Prêmio ABD-RO/Lídio Sohn para Melhor Documentário. Incluindo premiação para a melhor produção rondoniense (Melhor Diretor; Melhor Roteiro; Melhor Montagem; Melhor Trilha Sonora Original).

As reportagens com temática ambiental também estarão concorrendo à premiação, divididas em melhor vídeo reportagem ambiental, melhor reportagem ambiental rondoniense e melhor reportagem ambiental nacional. Segundo os organizadores esta categoria foi criada especialmente por indicação do júri de seleção de 2004, tendo em vista o grande número de trabalhos inscritos por profissionais que trabalham em TV.

Fonte: Assessoria de Imprensa Festcine Amazônia

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Acabou La Tequila e seu disco "O som da moda"

SENHOR F
Senhora Matéria - Os 50 discos independentes mais importantes dos últimos 10 anos

O Site Senhor F destacou uma matéria com os 50 discos mais importantes dos últimos 10 anos. Na lista figuram nomes como Autoramas, Walverdes, Los Hermanos, MQN, Os Pedrero entre muitos.

Confira a matéria
aqui
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Concurso de bandas da Peligro

TRAMAVIRTUAL
Concurso TramaVirtual / Peligro vai levar sua banda para tocar no Milo Garage


Com mais de três anos de história, a festa da Peligro, no Milo Garage é referência de bons sons na noite paulistana. Ao longo deste período, nomes importantes da cena independente tocaram por lá, como Cansei de Ser Sexy, Cidadão Instigado, Artificial, Mzuri Sana, Macaco Bong e Mamelo Sound System. Outros, futuros hypes, escolheram a festa para fazer sua estréia nos palcos - apesar do clubinho não contar com palco. Entre eles, Mallu Magalhães, Debate e Bonde do Rolê.

Além disso, a garagem já abrigou festas lendárias, com discotecagens internacionais de gente como Diplo - em sua primeira apresentação no Brasil - e Radioclit, e presença de figuras ilustres como John McRea (Cake), Damo Suzuki (Can), Kieran Hebden (Four Tet), o fotógrafo Bob Gruen, e um verdadeiro quem é quem entre os formadores de opinião quando o assunto é música.

Agora, celebrando os quatro anos da distribuidora Peligro, organizadora da noite, chegou a hora da sua banda participar da festa. E o melhor, como atração principal. Em parceria com a TramaVirtual, a Peligro vai escolher, através deste concurso, as cinco bandas que tocarão na festa em julho.

Saiba como participar.

CALENDÁRIO

- 25/05/2008 a 06/06/2008 – inscrições
- 13/06/2008 – divulgação dos finalistas
- 13/06/2008 a 20/06/2008 – votação popular
- 23/06/2008 – divulgação das bandas vencedoras

Fonte: Tramavirtual
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E mais...

# Calango apresenta novidades
# Fabrício Nobre (MQN / Monstro Discos / ABRAFIN) divulga carta resposta à Folha de SP
# Coletivo Tomarrock comemora 6 meses nesta sexta

Acompanhe essas notícias aqui.

Friday, May 09, 2008

#74 – Tudo o que você gostaria de saber ou o que eu consigo contar...
... sobre o Festival Casarão Ano IX
Realizado nos dias 02, 03 e 04 de maio o Festival Casarão, em Porto Velho/RO, reuniu o que há de novo (e parte do melhor) entre jornalistas, produtores e músicos do circuito independente nacional, intitulado “Circuito Fora do Eixo”, além de seu braço político (de articulações e planejamento), por assim dizer, a Associação Brasileira de Festivais Independentes, ou simplesmente, ABRAFIN.

Nos dois dias que antecederam às apresentações de bandas houveram debates na biblioteca Francisco Meirelles. Temas como a atual cena musical brasileira, as mídias independentes, Circuito Fora do Eixo e ABRAFIN foram abordados, por pessoas que trabalham diretamente nisso. Fora isso o prometido debate sobre a cena rondoniense não foi realizado, por um simples motivo: falta de quorum. Isso mesmo, na hora de debater todo mundo “fugiu” ou não quis ficar, sei lá, restando apenas os debatedores e alguns gatos pingados. Até aí tudo bem, não debater parece ser uma tradição rondoniense, para depois bater na imprensa e nos produtores de fora pelas costas, com a consciência tranqüila de quem não fala na cara quando é devido ou necessário, ou seja, oportuno.
Mukeka di Rato por Cátia Burton
Dos shows não tenho muito que dizer, até porque seria injusto. Assisti somente a quatro shows completos: Mukeka di Rato, Boddah Diciro, MQN e Hey Hey Hey. Mas vamos lá:

02.05. Sexta – Ver a DHC ao vivo era um desejo antigo meu, agora muito mais justificado, eles são A banda de hardcore cru de Rondônia. 20 anos de história não é para qualquer um e a banda demonstrou isso no palco, embora não seja um estilo que agrade todo mundo. Justamente entrevistando a DHC, juntamente com Rebeca Barca, perdi o show da banda Prysmman, de Vilhena. A repercussão da apresentação foi boa, embora logicamente as críticas aos covers viessem na mesma proporção. De qualquer forma o público ficou satisfeito, isso já é bom.

Incinerador e Visitantes eu peguei poucas partes, a primeira banda com um som pesado e coeso e a segunda coesa também, porém de uma sonoridade mais viajada e bacana de se ouvir, com direito à homenagem à Porto Velho. Das bandas da noite a que mais me surpreendeu foi a Underflow, de Manaus, já tinha visto eles no Zappeando e ouvido uma faixa ou outra, mas nada que dimensionasse a pegada que eles têm ao vivo. Muito bom. Bicho du Lodo e Do Amor perdi também. Estava entrevistando a Underflow para o Portal Fora do Eixo. E veio a Coveiros, a qual fez um bom show, mas como disse na resenha ao Fora do Eixo a dengue ainda afetava Hélio e Giovanni, deixando-os abatidos, mas mesmo assim fizeram um dos melhores shows da noite, com direito à músicas do disco recém lançado, além da clássica “Bunda peluda”. E Queens of the Stone Age...

Então veio o Mukeka, um show rápido, com uma música tocada em cima da outra, como todo bom show de hardcore tem que ser. E dá-lhe porradaria no ouvido e rodas no chão. Tocaram “Clube da Criança junkie”, nem esperava por essa e também mandaram bastante do disco novo “Carne”. A empatia da banda garantiu o que pra mim foi o melhor show da noite. Pode haver controvérsias por parte de outras pessoas, pode. Mas pra mim, nada muda, porque foi Foda (nesses termos mesmo). Não vi Cachorro Grande, acho que estava ajudando a arrebanhar gente para o ônibus ou coisa assim. Mas percebi que a comoção foi geral quando tocou “Sinceramente”.

Mr. Jungle por Cátia Burton

03.05. Sábado – As águas do (rio) Madeira estavam barulhentas, antes de chegar no Casarão dava pra sentir a pressão só de ouvir o som da água batendo nas pedras. Afim de adiantar os trabalhos lá fomos a equipe de comunicação do Fora do Eixo / Beradeiros entrevistar o máximo de gente possível, além de conversar com produtores, músicos e jornalistas sobre o festival, perspectivas, opiniões. Nessa pegada se passaram os shows de One Weak, Hellfire, Marlton e Sucodinois. Assisti a trechos, principalmente de Hellfire e SdS. Metal clássico e Psicore, depois falam que Rondônia não tem diversidade. Talvez porque ninguém por aqui se inspira em Arctic Monkeys e Franz Ferdinand pra fazer algo meia boca, pagar de indie e ser ovacionado. “Ah tem a Di Marco” alguém pode dizer, mas pelo menos a banda de Ji-Paraná tem personalidade e aplica uma personalidade própria, e faz bem feito, mais um ponto para a diversidade rondoniense.

Confesso que parei tudo o que fazia para ver o Boddah Diciro. Até porque tem muito tempo que acompanho a saga da banda para tocar em Rondônia. Conseguiram apoio para passagens aos 46 minutos do segundo tempo, chegaram, não tiveram muito tempo para passar som no palco e o show começou com as vozes esquisitas, quase vindas do além. Mas quando vieram... Uma performance muito boa, de todo mundo, mas as meninas chamam muito a atenção, não é por mal, mas é fato. Após o show conversei com os integrantes das bandas sobre isso, de mulheres subirem no palco e se afirmarem. Samia (guitarra) e Didia (bateria) não só se afirmaram, passaram por cima mesmo. Claro, com grande colaboração de Beto e Dan, guitarra e baixo respectivamente. De volta ao trabalho perdi boa parte das apresentações de Aliases, Mr. Jungle, Rádio Ao Vivo e Mezatrio. Teve um strip tease do Thiago “Aliases”, hard rock duro da Jungle, Rádio mandando as músicas que sei de cor e Mezatrio, com nova formação, mais enxuta, mas continua de nível.

Macaco Bong = artistas, pedreiros, instrumentistas e comunicadores. Tudo para definir esses caras que, segundo Pablo Kossa, representam a metade do que é feito de bom e original de rock independente no Brasil (a outra metade é a Porcas Borboletas). Cada show do Macaco é único, como disse Ynaiã, perdeu um momento? Já foi. E cada show é melhor que o outro, experiência de quem já viu três. Difícil é explicar o que caracteriza a banda, mas acho que é a sinergia da mão direita de Kayapy, do “pé-de-chumbo” Bertholdo e a concentrarão de Ney, ou então é a numerologia, devido a tantos “Y” juntos. Recato também não vi por completo, gostaria de ter visto. Ganharam o “joinha” da Tramavirtual, ou seja, agora são destaque no site. Como havia dois representantes da Trama no Casarão, o show deve ter sido muito bom. Ponto pra diversidade rondoniense também.

Aí sobe o MQN. Muitos, não só a banda, reclamavam do som da rave que constantemente era abaixado para ver se não interferia tanto nas bandas. Ouvi “Hard times”, “Breaking crystal stones”, “Eletrify”. Como disse o Fabrício em algum lugar: “é o rock duro do cerrado”. E dizem que não foi um bom show deles. Imagine se fosse?

Para encerrar a noite veio Dead Fish. Antes, no inicio da noite, tive a oportunidade de conversar com o baixista da banda, Alyand, sobre a banda, o passado duro da época DIY (em português “faça você mesmo”) da banda e de planos para 2008. Ele adiantou que em breve a banda entrará em estúdio para a gravação do novo disco e também que boas novidades estão surgindo para a banda, inclusive o apoio de um fabricante de instrumentos. Quanto ao show: frenético (tirado de um antigo disco ao vivo deles). O público não parava um minuto sequer, era a catarse do show mais esperado pela gurizada mais “independente”. Embora com uma guitarra a menos, e pelo jeito vai ser mantido assim, a banda ficou mais econômica, mas não menos melódica, e nem muito menos potente, pelo contrário, Phillipe se mostrou um guitarrista ainda mais completo. Como não posso deixar de falar, embora não tocassem “Noite” e “Tango”, fizeram um show muito bom, com direito a “Just Skate”, - a versão do Mukeka di Rato para ela é mais divertida confesso- e “Proprietários do Terceiro Mundo”, além de músicas dos discos que saíram pela Deckdisc (os mais recentes). Hardcore, tão hc quanto à volta do ônibus depois do Casarão...

Di Marco por Cátia Burton

04.05. Domingo – O domingo chega e bate a saudade de algo que ainda não havia terminado, mas já estava quase. Durante tarde de domingo tivemos uma reunião com Pablo Capilé, Fabrício Nobre, Pablo Kossa, Beradeiros, Catraia, Vilhena Rock, Aliases, se esqueci de alguém me perdoem. A reunião, muito produtiva e bem sacada, se estendeu e perdi o primeiro ônibus que levou o pessoal que saiu do hotel para o Kabana’s. Nisso perdi o show da Celula’Tiva (um dia eu assisto eles) e cheguei no final da Di Marco. A banda “da galinha branca” – piada interna – desceu do palco bem elogiada, não só pelo público, mas por produtores e jornalistas. Esses sim, podem tocar Arctic Monkeys e Franz Ferdinand sem medo, porque não são amarrados a elas. A Di Marco faz um som dançante, pop, mas sem ser melosa ou chata. Fora que a evolução deles de um ano pra cá é muito mais que evidente, pode confirmar quem acompanha a banda.

Perdi boa parte do show da Miss Jane e Esquerda Volver, mas deu para sacar que a primeira banda tá mais coerente com o som que se compromete a fazer, e até onde vi foi um show redondo, muito bacana, ainda no final entrevistei a banda, mas o áudio do trem lá (malditos termos técnicos) deu pau. E a banda curitibana foi bem também, apesar do pouco público que estava à frente de seu palco.

Aí sobe a Hey Hey Hey, e mesmo após conversar com o Marcos que dizia que erraram muito, fato que não me convenceu, pois a banda fez o melhor show de bandas rondonienses do festival. Pelo menos pude sentir isso. A Hey³ (deixo assim porque multiplicar os Hey’s se torna cansativo, hehe) viajou no som – distorções, inserções eletrônicas - reinventou-se, trouxe uma nova proposta de som para a cena rondoniense e sua – olha ela aí de novo – diversidade cultural.

Depois era a vez da Querembas. Os bolivianos simpáticos, sorridentes e um pouco tímidos deram lugar a uma banda furiosa. O new metal da banda bateu forte, como o bumbo da mesma, show para nenhum cabeludo (ou não) sair de lá sem bater cabeça. Pegada nervosa e super pesada com uma performance de palco igualmente poderosa.

A Ultimato eu perdi de ver, quer dizer, até estava em cima do palco, mas dividia meu tempo mais em ser xingado por pré-adolescentes que queriam tirar foto com a Pitty ou então dando uma mão na instrumentoteca, que nessas horas fervia de gente (jornalistas e tietes) para ver a maior atração do festival. Nada contra a banda tals, mas a assessoria da mesma poderia tratar as pessoas com mais educação, vai aí uma dica. Quem é mal assessorado pode acabar ficando com uma fama que não tem. A pegada da Ultimato continua poderosa (bom, pelo menos consegui ouvir a banda), e o show foi bem elogiado também.

Uma rápida passada no outro palco para ver Los Travecos Falsos (Ecos Falsos + Daniel Belleza). Insanidade e diversão se conjugaram ali, um show bem feito e super carismático, mas injustiçado pelo fato de ser do lado do palco da Pitty daonde vinha uns pedidos nada educados para que acabasse um show e começasse o “principal”. Alguns jovens são tão alienados que o guitarrista da Pitty (Martim) tocou com a banda dos “maricón” sem ser incomodado, tranquilamente. E dá-lhe xingamento para que um dos shows mais divertidos do festival acabasse para dar lugar à febre juvenil.

E sobe Pitty, para o delírio de muitos. Vi de longe, até tentei chegar perto, mas tenho mais medo de uma criança de grito agudo e uma máquina fotográfica digital nas mãos do que um cara de mais de 100 kg numa roda do Mukeka di Rato. Nada há de se negar: foi o show mais profissional, em todos os termos. Foi porrada, como muitos esperavam. Mas eu já não estava nem aí. Até me despedindo do pessoal já estava, atrás de gente que queria ir pro ônibus descansar até ir ao aeroporto ou hotel. E o festival termina, com uma pedra lançada no rio, agora é só esperar as ondas, que aliás, estão se tornando perigosas novamente. Tão perigosas e nem pensadas como um filme que já vimos no ano anterior. Pelo menos na edição anterior tivemos um final feliz...

Faltou algo?

Sempre falta, na parte logística houveram algumas falhas que se pode consertar. Mas faltou mesmo o show da Johnny Suxxx & The Fuking Boys, que não vieram devido a motivos de saúde do vocalista. Também senti falta da Made in Marte, que se estivesse na ativa 100% com certeza estaria no line up do festival e mais certeza ainda do bom show que sabemos que eles podem fazer. E seria mais um ponto da diversidade rondoniense.

Aliás, bati nisso o tempo todo, na diversidade rondoniense. Sempre falam que a cena rondoniense é pesada demais, com muitas influências de metal e hardcore. É um traço cultural e evidencia algo (que em Rondônia é fato) e que pretendo me aprofundar mais a frente: na falta de apoios oficiais (público e privados) e de produção, são essas vertentes que prevalecem, pois são firmes e autônomas, que abastecem o que há de independente, o “do it yourself”, em português, “faça você mesmo”. Ao contrário do que muitos dizem, eu acredito e afirmo a identidade e a diversidade cultural de Rondônia. Só citando nomes: Leão do Norte, Merda Seca, New Change, Mecânicos (Cacoal), Hawk Angel (Ji-Paraná), Strutura 6 (Vilhena) só citar as que não estiveram no festival. Me diz se alguma se parece com a outra aí?

Por fim, critiquem a vontade, afinal estamos aqui para isso. Lembrem-se este é um texto OPINATIVO. Não sou dono da verdade, nem você é. Então f* - se todos e vai ler um livro.