A TV estava lá (TV Allamanda), a Rádio estava lá (Rádio Ji-Paraná). Os "roqueiros" não.
Com um apoio de vários jornais (sairam notas e matérias em pelo menos nove) e sites o I Encontro Estadual de Coletivos de Rock pelo menos chamou a atenção da mídia tradicional para uma causa ainda em baixa: o rock de Rondônia. Agora acredito que mais baixa ainda, devido a falta de compromisso, vontade, iniciativa, o que for...
Vilhena (Rock), embora apenas com um representante, estava lá. O Projeto Beradeiros, de Porto Velho, também estava lá, representado por Marcos Felipe e pela banda Made in Marte. A intenção de se realizar um evento no Centro do Estado, para chamar a atenção dos outros municípios que ainda não se integraram à movimentação independente parece ter sido em vão. Cidades próximas a Ji-Paraná tiveram seus representantes convidados, muitos negaram de imediato devido à falta de condições ou justificaram em cima da hora (ou mesmo não justificaram) que não poderiam ir. O que restou foi no sábado ficar conversando informalmente com a TV e entre os poucos que estavam lá, Vilhena e Porto Velho, logo depois com a chegada de Rafael "Frajola", vocalista da banda Tatudikixuti, que no domingo não pode estar presente devido a compromissos com a banda no município de Alvorada. Ou seja, a reunião em si foi adiada para o domingo.
Mas o quadro de domingo foi mais desanimador.
Novamente Vilhena, Porto Velho e Raphael Amorim representando Ji-Paraná e... só.
Tentativas e convites não faltaram afinal "todo mundo" havia se encontrado a noite anterior (sábado) no Ruby Point para a realização do Intercâmbio Rock (resenha logo abaixo) onde foram trocados e-mails, "orkuts" e MSN's e não faltaram convites para a reunião que iria ser realizada na Biblioteca Municipal. Talvez o álcool e a euforia não permitiram a assimilação real do que se estava dizendo no momento. Agora o que resta até o festival Beradeiros são os contatos virtuais, talvez com pedidos para que uma banda toque ali, outra aqui. Só, talvez seja isso: a movimentação Rock de Rondônia só dá certo no campo virtual. Porque no real ainda não à vontade, desejo, iniciativa. Parece que poucas pessoas querem levar a sério isso, muitos não fazem essa ligação: os eventos que são poucos hoje podem acabar amanhã. Só irão restar as festas. Bom, mas não o suficiente.
Talvez o quadro mais desanimador tenha sido para o pessoal que saiu de Porto Velho para o debate. Sendo que o interior do estado cobra mais participação em eventos na capital já que as bandas da capital costumeiramente fazem pressão para tocar em outros cantos do estado. Na hora que poderia se discutir cara a cara, trocar idéias.... nada. Fiquei até frustrado com essa "derrota". Mas pelo menos as duas cenas, agora sim posso dizer, mais representativas do estado estavam lá presentes.
Pelo menos, com as poucas pessoas foram debatidos alguns pontos necessários para o fortalecimento da cena rondoniense, mas nada muito além do que já havia sido debatido antes através de conversas virtuais. Só ressalto que não desmereço os MSN's da vida, aliás, as cenas rock do Brasil inteiro se estabelecem e são fomentadas através de conversas iniciadas no campo virtual, mas justamente no momento em que se pode sentar e conversar pessoalmente, sem problemas de queda de conexão ou internet discada, as pessoas não aparecem. Ainda mais os "guerreiros virtuais" que descem a lenha no orkut mas na hora do vamos ver sequer aparecem pra dizer um "A". Chato é, lamentável.
Intercâmbio Rock 2ª Edição
Ji-Paraná - Ruby Point - 13/10
Ji-Paraná - Ruby Point - 13/10
Noite de sábado com um tempo de chuva e vindo de uma tarde frustrante, pelo menos quando se trata de movimento de rock regional, pois a reunião marcada não aconteceu. Nada que abalasse o bom humor e a vontade de ver as bandas se apresentando durante o Intercâmbio. As duas bandas de Vilhena (Enmou e Sistema Oposto) não puderam se apresentar, então foi escalada a banda Hope, de Ouro Preto, para iniciar o evento. Nostalgia, talvez seja a palavra certa para descrever a apresentação da banda. Anos 90 total, desfilaram um repertório recheado de Nirvana ("Dive", "Territorial Pissings", "Breed", etc.) e uma música do Bad Religion ("American Jesus") - nesta faltou um pouco de velocidade - e mais duas próprias, que puxam pro lado do hardcore melódico, anos 90 (de novo).
A segunda banda da noite foi a cacoalense Relicário, que talvez seja hoje a banda do interior mais conhecida. Com músicas nas rádios, gente cantando eles aonde vão. A banda é competente, manda bem, mas deixou a desejar justamente nas composições próprias. As duas músicas que eles tocaram são boas, mas a banda ainda concentra sua força em desfilar um repertório composto em sua maioria de covers. É uma banda interessante para se integrar ao circuito independente do estado, mas que para isso deve inverter a lógica e trabalhar com mais músicas próprias.
Logo em seguida sobe a banda Made in Marte, de Porto Velho, dissonante, mas coerente, foi a banda que queria ter visto no Beradeiros no ano passado. Dessa vez, sem nervosismo, bem concentrada e tocando apenas músicas próprias - diga-se de passagem foi a única banda que fez isso - a banda é fiel àquelas que "ou você ama ou você odeia". Particularmente gostei muito da apresentação, numa noite que infelizmente constatei que foi a celebração do óbvio. O público de Ji-Paraná não parece ser fan de novidades, de sons diferentes. E sempre tem aquele chato que fica: Toca Raul, Nirvana, Legião. Aquele necrófilo da arte...
Por fim a anfitriã Di Marco, encerrou a noite com "o jogo ganho", e também com uma boa apresentação. Entre as covers a banda ia apresentando suas músicas próprias, cada vez mais presentes em seu repertório, muitas delas já conhecidas pelo público local. Ponto para eles.
O saldo do evento foi positivo, não lotou o local, mas o público foi bom. Mas ainda deu para constatar o lance das bandas procurarem se firmar em músicas não-autorais, em um evento, que na minha opinião, deveria ser para afirmar essa nova realidade que se quer para o rock independente estadual, o reconhecimento por obras autorais. Ainda são poucas que procuram esta visão, talvez por estarem se firmando agora.
Mas cria-se um paradoxo grande com tudo isso. Bandas que fixam seus trabalhos em músicas não autorais buscam entrar num circuito de rock independente (que visa incentivar bandas autorais), até reclamam pela 'falta de espaço', com algumas pessoas dizendo que existe 'panelas', mas quando convidadas a participar de um debate para saber o porquê disso acontecer sequer aparecem para ouvir ou debater.
Só há argumento nesses casos quando há participação. Infelizmente quem participa faz parte de uma minoria, que antes até eu mesmo questionava, mas de agora em diante dou razão.
Mas sem ser xiita.
3 comments:
GRANDE NETTU ADRO SUAS RESENHAS
CRITICAS E PRA SEREM ABSOVIDAR E
FEITO ALGO A RESPEITO, ADOREI MERMO
O DEBATE FOI REALMENTE FRANCO FALTOU EMPENHO DE QUEM O ORGANIZOU POR AKI, SINTO NÃO TE RME ENVOLVIDO DIRETAMENTE E AINDA ASSIM TER FEITO O QUE PUDE, EM RELAÇAO AO INTERCAMBIO
SIM ESTAMOS INDO DEVAGAR, PRA CHEGAR PERTO DAS PONTAS DO ESTADO, INFELIZMENTE AINDA NÃO TEMOS REPERTORIO PROPRIO PRA FAZER UM APRESENTAÇÕA RELAMENTE BOUA JA Q BOA MUSICA NÃO SE FAZ NAS COXAS, MAS CAMINHAMOS PARA. . .
E NENHUMA BANDA TOCA COM JOGO GANHO
MEU CAMARADA, HOPE MANDA MUITO BEM PRA 2ª APRESENTAÇÃO DOS CARAS,RELICARIO AINDA NÃO INTEGROU A IDEIA DE ALTERNATIVO, PVH SEMPRE OTIMA E NADA MAIS CORRETO DO ELES MANDAREM SO SOM PROPRIO JA Q ESTÃO NA "CAPITAL" E NÃO NO "INTERIOR"
AQUI NÃO TEMOS PUBLICO ETAMOS FORMANDO UM PUBLICO
VALEW GRANDE AMIGO
MUITO TER SUA VISTA A JIPA SEMPRE Q PUDER VENHA
ABRAÇOS
RAPHAEL AMORIM
DI MARCO
INTERIOR ALTERNATIVO
eu conversei com um dos caras da relicario, ele me disse que estão há pouco tempo compondo musicas próprias. e além de serem caras muito legais as mmúsicas que eu ouvi lá eram boas, assim que puder vou ver o vídeo deles no youtube.
Quanto a tocar música própria só por que somos da capital é, no minimo um comentario sem nexo e auto preconceituoso, o jogo tava ganho sim, mas o que me motivou mais a sair daqui praí foi o fato da reunião e das pautas serem interessantes, não rolou. fica pra uma próxima.
outra, aqui as dificuldades são as mesmas que aí, público, apoio e tal, nós da MADE IN MARTE também passamos mó sufoco pra sair um ensaio e ainda cuidamos de eventos e essas coisas. A cena perdeu uma oportunidade de debater seus problemas e sana-los.
ps: O lance é ter garra e empenho velho, afinal não temos grana pra ficar disperdiçando cordas...
luiz antonio
made in marte
grande luiz
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