VILHENA ROCK
Sessão das Quatro
No domingo (13/04) a decisão de se fazer o evento dentro de uma sala de aula se mostrou inadequada, apesar de ser um pedido dos funcionários da escola e de um vizinho que não anda muito bem de saúde (a propósito, melhoras meu camarada). O espaço se mostrou pequeno e quente demais, temperados por uma bela lua de 42° C (na sombra), mas foi interessante ver as pessoas presentes se manifestarem por melhores condições. Sugestão anotada.
Quem deu início às atividades foi a banda Omega 3, formada por músicos ecléticos, e bons, diga-se de passagem. Em um show basicamente de covers (convincentes) o que mais chamou a atenção foi Girlei, o bailarino da banda, um perfeito showman. A performance dele em “Robocop gay” – dos Mamonas – foi fora de série, como já foi comentado nas rodas de conversa sobre rock aqui da cidade. Falta atuação das bandas, algo mais teatral, e Girlei traz isso se tornando parte essencial da apresentação. As crianças adoraram...
Tio Zeh, a segunda banda a se apresentar, também mandou apenas covers de Pitty e Vitor & Leo (!). O que deu para sentir foi uma certa insegurança da banda, pelo fato de voltarem à ativa recentemente, mas nada que comprometesse a apresentação.
A terceira apresentação ficou por conta da banda Apoteose HC. E que apresentação, a melhor da tarde, bom saber que temos em Vilhena uma banda assim, hardcore melódico gospel e certeiro. Têm pegada e velocidade, destaque para o baterista Japão e o vocalista Júnior (foto), que terminaram por incendiar a tarde. Showzaço!
Logo após entra em cena a banda Sistema Oposto, de cara mandando um cover da banda Rodox (“De costas pro mar”). Imagine uma roda punk gospel. Imaginou? Foi o que aconteceu na apresentação da SO. A Sistema segue a mesma escola de hardcore da Apoteose, porém é mais cadenciada. O show ainda teve a importância da volta do baterista Kaio (ou a saída dele foi um “golpe de marketing”?). O ponto negativo ficou apenas para os vocais, que quase não dava para ouvir, por problemas técnicos.
A última banda a se apresentar foi a Enmou. Bom, como estava do lado de lá na apresentação, não sei dizer como foi. Aliás, posso dizer que foi divertido, com uma galera revoltada pedindo Raimundos, Planet Hemp, essas coisas. Mais divertido foi o pessoal zoando o cabelo do Keith, mas isso é um assunto que vou abordar lá embaixo. Foi uma apresentação mais punk, com uma guitarra só (Jamir estava viajando) e um set de músicas que foram mandadas uma atrás da outra, exceto quando havia os problemas de chimbais do Kleyton e as lições de moral do quase senhor Keith. Engraçado, a banda que é talvez a mais “punk” da cidade é a mesma que dá sermões, vai entender...
A sensação foi de dever cumprido, agora só falta um retorno da diretoria da escola, quem sabe outros eventos aconteçam por lá. Faz parte dos planos do Coletivo Vilhena Rock, mas depende da vontade e iniciativa também do lado de lá.
É isso.
A cabeleira da discórdia
No auge dos meus 26 anos de idade (“enriquecida” por uma calvície gritante) zoar o cabelo do Keith, vocalista da banda que toco (Enmou), pode ser interpretado por muitos como ato de inveja. Mas ultimamente toda vez que ele vai se apresentar tem sempre alguém que diz “Corta o cabelo ou vai tocar pagode”, em referência a protuberante cabeleira.
Pobres meninos, apesar da piada ter graça (depois da 500ª vez dá até para rir) o cabelo do Keith significa muito mais que pode parecer. Ele - juntamente com o Kleyton e Japa (também integrantes da Enmou) - é precursor da afirmação do movimento de consciência negra em Vilhena, dentro da cena rock local. É o tipo de pessoa que não fica se lamentando por causa das condições sociais e econômicas, ele corre atrás e faz a diferença. Não que ele levante bandeira ou faça discursos inflamados, mas a sua postura, dentro da cena rock local afirma por si só. Então gurizada, antes de fazer piada com o cabelo dele, façam o favor de se olharem no espelho, quem sabe percebam a tempo que a piada está em si mesmos e vocês são o motivo dela. Ou então continuem no “visual é tudo, atitude não é nada”.
“Se for assim, melhor você tocar na sua casa”
Foi a frase da noite, sem dúvida. Alguns jovens, após a Sessão das Quatro, foram questionar algumas medidas que foram tomadas durante o evento. Uma delas foi a restrição de bebidas alcoólicas e cigarros na sala onde as bandas tocaram. São medidas que também adotamos no auditório da UNIR, no projeto UNIR Pró Rock.
São medidas “impopulares” que são necessárias, pois saúde e segurança vem em primeiro lugar sempre. Quem quiser “praticar seus vícios” pode sair do ambiente, no caso sala e/ou auditório, e ficar à vontade, sem restrição ou culpa. Estas atitudes são praticadas com a intenção de se conquistar mais espaços para a cena local possa se articular, com precaução para que a primeira impressão seja de movimento cultural e não bagunça, como muitas pessoas insistem em rotular.
Para conquistar esses espaços é necessário fazer certas concessões, que também não afetam tanto assim o “produto final”, que é a divulgação do trabalho de jovens daqui e também de outras partes do mundo. Além do mais, quer espaço melhor do que as escolas para divulgar as bandas e incentivar mais jovens à fazer música?
Pensem nisso.
FORA DO EIXO
Portal Fora do Eixo já está no ar
Já está no ar o Portal Fora do Eixo, o maior site de informações sobre o rock independente nacional. Lá você pode encontrar informações, links para os mais diversos sites e blogs ligados ao circuito fora do eixo (inclusive o Vilhena Rock), além de poder ouvir e assistir a Rádio e a TV Fora do Eixo.
Então, está esperando o que? Acesse: http://www.foradoeixo.org.br/
ABRAFIN
Virada cultural já está chegando
Palco: Festivais Independentes
Local: Pateo do Colégio
O tradicional Pateo do Colégio vai receber um público bem diferente daquele ao qual está acostumado. Por meio de uma parceria da Secretaria Municipal de Cultura com a Associação Brasileira de Festivais Independentes, 30 bandas vindas de todos os pontos do Brasil irão mostrar, durante a Virada, sua força e criatividade, que extrapolam a música e ganham o status de estilo de vida. Veja a programação:
18h00 - Vítor Araújo (PE)
18h45 - Mundo Livre S.A. (PE)
19h30 - Macaco Bong (MT) *
20h30 - Luísa Mandou um Beijo (RJ)
21h15 - Petro Massa (MG)
22h15 - Estrume’n’tal (MG)
23h00 - Los Porongas (AC)
23h45 - Sick Sick Sinners (PR)
00h30 - Mechanics (GO)
01h30 - Vanguart (MT)
02h15 - Retrofoguetes (BA)
03h00 - Trilöbit (PR)
04h00 - Fóssil (CE)
04h45 - Unidad Imaginária (RJ)
05h00 - Mestre Kuca (TO)
06h30 - Filo Medusa (AC)
07h15 - Boddah Diciro (TO) *
08h15 - Coveiros (RO) *
09h00 - Diego de Moraes (GO)
09h45 - Porcas Borboletas (MG)
10h30 - Linha Dura e DJ Taba (MT)
11h30 - Costa a Costa (CE)
12h15 - Do Amor (RJ) *
13h00 - Rivotrill (PE)
14h00 - Bugs (RN)
14h45 - Supergalo (DF)
15h30 - The Sinks (RN)
16h30 - Superguidis (RS)
17h15 – MQN (GO) *
18h00 - Siba e Fuloresta (PE)
Fonte: http://www.viradacultural.org/
*Bandas que irão tocar no Festival Casarão, de 02 a 04 de maio, em Porto Velho/RO
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