Friday, June 27, 2008

#79 - O acorde final

Nettü Regert, Enmou & Vilhena Rock

OPINIÃO
Parte III: O futuro ou coisa que o valha.

O Festival Casarão trouxe o diferencial que os debates já feitos via e-mails e MSN’s da vida puderam ser feitos pessoalmente, o que foi muito importante para reavaliação do que a gente chama “cena rock de Rondônia”. Justamente, não estávamos tratando somente da cena musical de Porto Velho, onde foi realizado o Festival Casarão.

A reunião teve como o objetivo a exposição das condições atuais da cena rondoniense e de como articular para haver mais intercâmbios, não se de idéias, mas de circulação de bandas e produtores. Não que isso já não havia sido feito antes, mas a oportunidade de trocar know how in loco trouxe mais aproximação entre os coletivos. Embora muita gente torça o nariz para isso (não economizando palavras pejorativas) o diálogo com outros coletivos Fora do Eixo é de suma importância para a expansão da música independente daqui e devo reforçar: não é o único meio de se fazer isso, mas o diálogo com pessoas que vivem em realidades parecidas com a nossa faz as coisas fluírem de forma mais fácil e cooperativa.

Desta reunião saíram encaminhamentos que já irão se concretizar no segundo semestre, como a confirmação da participação de coletivos do Acre (Catraia) e também de Rondônia (Beradeiros, Raio que Uparta, Interior Alternativo e Vilhena Rock) no I Encontro Nacional Fora do Eixo, que será realizado em Cuiabá entre os dias 04 e 08 de agosto. Além também da efetivação do circuito rondoniense, para gerar intercâmbio com Acre e Mato Grosso, que são os estados mais próximos do nosso.

Outro encaminhamento, que foi fruto de outras reuniões, é a elaboração do projeto do festival Rondônia Independente, a ser executado no segundo semestre, provavelmente em meados de outubro. Quatro cidades rondonienses já confirmaram participação: Cacoal, Vilhena, Ji-Paraná e Porto Velho.

Cenas dos próximos capítulos...

Cacoal – Localizada no centro do estado enfim está se inserindo no “ramo de produções”. A cidade tem boas bandas, mas geralmente não se têm eventos produzidos por gente ligado à cena independente. Situação que acredito que vai mudar, inclusive com a participação da cidade no festival Rondônia Independente. A banda Relicário lançará seu disco em agosto, em um evento que contará com a participação da banda Di Marco, de Ji-Paraná, destaque do Festival Casarão.

Ji-Paraná – Jipa é a cidade mais ativa do interior, além de ser a maior também. Para o segundo semestre estão previstos o Metal Jipa e o Machado Rock (provavelmente agosto). Bandas como Di Marco, Tatudikixuti, Hawk Angel, Urbanóids (em Rio Branco/AC dia 28/06) e Madeiro (em Vilhena dia 30/06) estão entre os destaques da cidade. E Ji-Paraná também está retomando a organização coletiva, processo que ainda está na fase de debates e ajustes para formalização.

Porto Velho – A capital do estado tem várias vertentes que seguramente darão frutos, já nesse semestre. Vinicius Lemos, organizador do Casarão, se consolidou como produtor de eventos e será o coordenador do Rondônia Independente em terras beradeiras. O Projeto Beradeiros está se reestruturando e o coletivo Raio que Uparta pretende em breve divulgar suas ações para o segundo semestre de 2008. Outro grupo que promete (e cumpre) é o Cogumelo Nuclear Produções, com atividades voltadas à cena metal.

Vilhena – Em julho, férias, a prioridade é formalizar o Coletivo Vilhena Rock. Atividades previstas: Encontro X (12 e 13 de julho), Rondônia Independente (outubro) e possivelmente Vilhena Rock Festival (fim do ano). Também está na pauta do coletivo a possibilidade de local para estabelecimento de um estúdio comunitário para as bandas locais bem como pontos da cidade para garantir que os grupos locais possam se apresentar com mais regularidade.

Fim da III parte.

Acompanhe a parte I aqui
Acompanhe a parte II aqui
Nettü Regert – Coletivo Vilhena Rock e Enmou


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BANDAS DE RONDÔNIA
Banda Hawk Angel de Ji-Paraná lança EP
*Por Raphael Amorim

Na semana passada banda a banda Hawk Angel, esteve em estúdio gravando seu primeiro EP “Busca”, com três faixas (“Almas”, “Busca” e “Perfeição”), “muito mais do que esperávamos, o resultado foi um EP massa, que irá nos ajudar e muito a divulgar nosso trabalho!”, disse Walker baixista da banda, com um material de qualidade em mãos a banda pode pensar em vôos mais altos, “Nosso próximo objetivo é divulgar esse trabalho pelo dentro e fora do estado, como por exemplo mandar esse material para inscrever a banda no festival Calango em Cuiabá!”, dentro dos planos da banda está a gravação de um DVD independente em meados de setembro.

Hawk Angel, lançamento de disco em breve

A banda é cristã e toca um estilo próprio (uma mistura de metal progressivo, hardcore, doom e etc), fundada no inicio de julho de 2007 em Ji-Paraná com o principal objetivo de levar uma mensagem positiva aos jovens.

Formada por Jéssica (vocal), Doriel (Guitarra), Walker (Baixo) e Jardel (Bateria), figuras presentes e participativas no cenário alternativo de Jipa, tanto tocando quanto na produção de eventos, “Acho que a partir desse ano a cena de Jipa crescerá e muito, a união de bandas tem se fortalecido, apoios estão chegando cada vez mais, idéias estão sendo cogitadas e postas em praticas, bandas de vários estilos e com várias propostas estão se unindo para mostrar o quanto a cena de Ji-Paraná é forte!”, afirma Walker, que também é colaborador do Interior Alternativo.

Apesar de nova a banda já se apresentou numa variedade de eventos, como o Metal Jipa 1 e 2 (Jipa, RO), Conjubaner (Alto Paraíso, RO), Festival 777 (Pvh, RO), Festival Rock e Metal (Jipa, RO), Projeto Adorar 2 (Jipa, RO), Estação Rock (Ariquemes, RO), Grito Rock 2008 (Jipa, RO), Tabernaculo do Rock (Rio Branco, AC), Dio do Desafio (Jipa, RO), Aniversário da município de Presidente Médice (RO), Aniversário do município de Ouro Preto do Oeste (RO), dentre outros, tendo o seu espaço e reconhecimento tanto em eventos gospel quanto em outros festivais.

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FESTCINE AMAZÔNIA
Melhor Vídeo Reportagem Ambiental será premiada no VI Festcine Amazônia

Entre as categorias instituídas pelos organizadores do Festcine Amazônia, os vídeos reportagens com temática ambiental produzidos em Rondônia e por outros Estados do Brasil têm ganhado espaço no Festival desde 2006, ano em que começou a exibir e a premiar vídeos de conteúdo audiovisual com reportagens ambientais em duas categorias: Melhor reportagem ambiental rondoniense e melhor reportagem ambiental nacional.

Carlos Levy explica que todos os anos as emissoras de televisão de todo o Brasil tem espaço garantido para exibição de conteúdo audiovisual com reportagens ambientais. “É uma forma de fomentar o debate em torno das questões ambientais através do telejornalismo como ferramenta importante e de impacto para conscientização através da informação”.

De acordo ainda com Levy, a Mostra de 2006 contou apenas com três vídeos na categoria Reportagem Ambiental – Farra do boi (2006) uma vídeo reportagem de denúncia realizada em Santa Catarina, de Augusto Dolenga Neto; Sapolândia (2006) também de Santa Catarina, dirigido por Cleide Klock; e ainda Crise de identidade (2006) produzido em Rondônia e dirigido pela jornalista Andréia Fortini, que acabaria por conquistar o Prêmio de Melhor Vídeo Reportagem rondoniense.

“Já em 2007 os inscritos nesta categoria no Festcine triplicou, passando de três para dez reportagens ambientais como Natureza (2005); O começo do fim? (2006), reportagem ambiental de Sidney Torres (Acre); Cooperativa sustentável (Guajará-Mirim/RO) (2007), de Emerson Barbosa; Igatu Caminhos de Pedras (2006/Rio de Janeiro), de Mariana Alves Campos; Arco do desflorestamento (2007/Rio de Janeiro), de Pedro Werneck apresentado por Paula Saldanha para o programa Expedições; Globo ecologia – um desafio para a floresta amazônica (2007/RJ), Raiz Savaget; Hábitos do Sagüi-Cabeça-Preta (2007/RO), de Rebecca Barca entre outros”.

“Não – A Natureza não pode sair de cena”, é o tema do Festcine Amazônia – Festival de Cinema e Vídeo Ambiental de 2008 que está com inscrições abertas até 29 de agosto. As inscrições podem ser feitas através do site www.festcineamazonia.com.br o evento acontece em Porto Velho, Rondônia no período de 10 a 15 de novembro de 2008. Assessoria de Imprensa Festcine Amazônia.

Thursday, June 05, 2008

#78 - Três acordes, do meio para o final


OPINIÃO
Parte II: Casarão, o Festival

Bom, o que era para ser escrito sobre as bandas já foi, bem ou mal relatado diga-se de passagem, então para dar continuidade à opinião em três partes é hora de analisar o festival Casarão.

Vinicius Lemos, organizador do festival, procurou diversificar na hora de escolher os convidados. Da imprensa vieram representantes de veículos midiáticos como Rolling Stone, Revista Trip, Urbanaque, Folha de São Paulo, Jornal do Brasil, Amazon sat, Jornais do Interior e Senhor F (que não pôde comparecer), além da cobertura local. Da parte imprensa a cobertura que se diferenciou foi a da Amazon Sat, feita pelo repórter cinematográfico Orlando Júnior, tanto pela qualidade do material veiculado quanto pela repercussão que teve, principalmente na região Norte, agregando valor regional ao festival (a Amazon Sat pode ser vista, em canal aberto, em toda Amazônia Legal).

Podcasts a parte, acredito que a cobertura geral do Casarão foi positiva, inserindo o festival no circuito de festivais do Brasil, firmando mais um nome do Norte na mídia especializada, créditos também ao Projeto Beradeiros que com seu Festival também fizeram parte da história de “atração” da mídia, mas há de se firmar que o Casarão desse ano trouxe a consolidação. Enfim, Rondônia, bem ou mal, já faz parte do mapa nacional de música independente.

A vinda de produtores da ABRAFIN e Circuito Fora do Eixo também foi ponto importante, senão o mais, para a consolidação do nome de Rondônia no Circuito. Cerca de 12 festivais (incluindo os do interior de Rondônia) estavam representados ali, reunidos para debater a nova realidade musical brasileira.

Os debates e seminários

No dia 30 de abril começaram o ciclo de debates e os seminários. Infelizmente, por motivos de saúde, Hélio Dantas não pôde estar presente para dar início aos trabalhos, contextualizando a história do Casarão, que dá nome ao festival, assim como a história de Porto Velho, consequentemente a de Rondônia. Começaram os debates os irmãos Bruno Dias e Cirilo Pereira, com a mediação de Pedro de Luna. O tema: mídia independente. O auditório da Biblioteca Francisco Meirelles estava bem ocupado, mas logo se saberia que a maioria das pessoas estavam ali para pegar as credenciais das bandas. Cabe dizer que haveria o debate sobre a cena rondoniense, mas ficaram ali só as “figuras marcadas” que entre futebol e viagens, vêm conversando a muito tempo sobre isso, faltou “platéia” para render mais o debate.

Então, no dia 01 de maio, FERIADO (dia do trabalhador) houve a rodada mais importante de debates, começando com o “momento atual da música brasileira” com Jomardo Jomas e José Flávio Jr. tratando sobre como está a música brasileira, independente ou não, com foco nos festivais de rock brasileiros. Logo após veio o “mesão” que reuniu os debates sobre a ABRAFIN e o Circuito Fora do Eixo em um só momento. Os dois Pablos, Kossa (Fósforo Cultural) e Capilé (Espaço Cubo), iniciaram a mesa contextualizando o Circuito Fora do Eixo e o que o mesmo trouxe de novo para o cenário brasileiro, como a inserção dos conceitos da economia solidária no mercado da música, a criação de moedas complementares (como o Cubo Card), a circulação de bandas, o conceito do artista igual a pedreiro, pontos de cultura, etc. E vieram Fabrício Nobre (MQN e ABRAFIN) e Lariú (MM Records) tratando da Associação Brasileira de Festivais Independentes, como foi criada, o que está sendo feito em 2008 e o que será feito em 2009, as novas articulações, entre outros assuntos.

Vamos aos fatos:

O pouco quorum, após a entrega das credenciais das bandas no dia 30 de abril é compreensível, afinal era dia de semana, muita gente não vive de rock.

Mas, no dia 1, feriadão, um bom programa seria assistir aos debates. A maioria das pessoas com quem conversei citou que deixaram de participar da rodada por terem compromissos de ensaio com suas respectivas bandas, até aí compreensível, nada mais que natural. Só acho complicado o fato de também a maioria que faltou serem exatamente os que mais questionam os métodos adotados pelo circuito.

Frustração igual tive no Intercâmbio Rock ano passado, lá em Ji-Paraná, quando foram convidados vários agentes ligados a coletivos organizados ou bandas para debater sobre o rock de Rondônia, principalmente à movimentação do interior, onde muita gente se acha “injustiçado” por não ter espaços para tocar, mas não procura se interar o que acontece em cada cidade, para poder abrir a possibilidade de contatos. Só aparecem para reclamar que existe panelinha nas cidades, e entre elas, ou então falam que não apoio à cultura. Típico de quem não quer nada sério e para complicar quer atrapalhar a vida de quem está na batalha, não importando, aqui, a forma de trabalho.
O Festival Casarão deste ano trouxe uma boa oportunidade de debate, infelizmente não foi aproveitada muito bem por quem é daqui. Quem veio de fora, para conhecer in loco a cena rondoniense, levou algumas conclusões para seus pares em suas respectivas cidades. Podem até ser conclusões um pouco fora do que é a realidade local. Mas quem poderia contribuir para um debate mais completo não compareceu.

Acompanhe a parte I também, aqui.
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PROJETO DE LEI
Música pode voltar a ser incluída na educação básica

Comissão da Câmara aprova por unanimidade Projeto de Lei pela volta da educação musical na educação básica

O Projeto de Lei 2732/2008, que determina a obrigatoriedade do ensino musical na educação básica, foi aprovado hoje, dia 28 de maio, ao meio-dia, por unanimidade pela Comissão da Educação, Cultura e Desporto da Câmara dos Deputados. Para ter valor de lei, falta apenas a votação na Comissão de Constituição de Justiça, o que deve acontecer entre uma semana e 15 dias. A votação foi acompanhada pelo Grupo de Articulação Parlamentar Pró-Música (GAP), que é formado por 86 entidades, como universidades, associações e cooperativas de músicos. O Projeto de Lei é fruto de uma mobilização desse grupo.

O Projeto, originado no Senado sob o número 330/2006, é de autoria de Roseana Sarney (PMDB-MA) e relatoria de Marisa Serrano (PSDB-MT). Contou também com o apoio da Comissão de Educação, através dos senadores Roberto Saturnino, Sérgio Zambiasi, Romeu Tuma, Cristóvam Buarque, Juvêncio da Fonseca e Leonel Pavan. A aprovação no Senado também foi unânime.

O ensino de música nas escolas foi retirado do currículo na década de 1970. Com seu retorno, a idéia não é formar músicos profissionais, mas sim um reconhecimento dos benefícios que esse ensino pode trazer para o desenvolvimento e a sociabilidade das crianças.
Felipe Radicetti, coordenador do GAP – (21) 9923-5404
Cristina Saraiva, coordenadora do GAP – (21) 99831265
Burburinho Cultural – (21) 2233-6879
Mônica Mourão – (21) 8616-0171

Wednesday, June 04, 2008

#77 - Opinião de três acordes, parte I

Hoje, 04 de junho, completa um mês do término da IX edição do Festival Casarão, realizado em Porto Velho de 30 de abril a 04 de maio (palestras + shows). Neste e nos próximos dois posts, serão expostas idéias que andei remoendo, repensando, mas seria inevitável não posta-las . Que venham as críticas:

OPINIÃO
Parte I: o que veio e o que mudou?

Ao fazer análise do que passou de lá para cá, podemos constatar algumas mudanças em Rondônia, dentre as quais podemos destacar a criação de um novo coletivo cultural na cena porto-velhense (Raio que Uparta) e o surgimento do blog Resenhas Grindcore.

Sobre o Raio... acredito que era uma tendência natural acontecer, algo que era constatado em conversas pré-Casarão, devido à idéias que surgiam (divisão de núcleos de forma horizontal, beradeiros discos, etc.), mas não eram aplicadas no Projeto Beradeiros – Marcos Felipe, um dos idealizadores do novo coletivo era o presidente do projeto na época do Casarão – por motivos que em breve serão esclarecidos em entrevista com integrantes do ... Uparta.

Quanto ao Resenhas Grindcore: ele surgiu em resposta à quantidade de resenhas ‘indies’, as quais os idealizadores do RG dizem ser tendenciosas e artificiais. O blog de cara chamou a atenção pelo nome e pela maneira direta de escrever de seus autores, com boas matérias no início, que incluíam a questão do teatro de Porto Velho, a diminuição de recursos para o SESC voltados à cultura, uma boa cobertura de shows (SESC, 16/05). Mas o que veio para ser diferente acabou ficando igual quando da crítica do blog à banda Strep (ex-Sedna). Para contextualizar, a Strep é uma banda que inclui em sua sonoridade elementos de pop e ska (há controvérsias) e que em breve lançará seu trabalho. Desde quando se chamava Sedna e era de Porto Velho (agora é do Rio de Janeiro) sabe-se lá porquê era banda “non grata” a muitos integrantes do Beradeiros. Com certeza alguém vai lembrar lá nos comentários. Pelo fato de divulgarem músicas que eram da Sedna, um pouco antigas já, é compreensível a crítica do blog, mas acredito que conforme o texto vai se desenrolando e piadinhas, críticas superficiais vão surgindo, aparece uma contradição. Uma piada só tem graça quando quem conta e quem ouve conseguem rir juntos. Ou seja, o resenhas veio com um diferencial, mas em determinado momento caiu no mesmo ponto negativo que o fez surgir.

O último e polêmico texto (afinal é o resenhas grindcore) foi o “Circuito Fora do Eixo e Rondônia”, de autoria de Elton Costa (Rádio Ao Vivo – Beradeiros) que basicamente repercute a passagem do Circuito Fora do Eixo e Espaço Cubo em terras rondonienses, durante o Festival Casarão, além de fazer uma análise do possível futuro da cena local e regional. Elton questiona a aplicabilidade dos conceitos do Circuito Fora do Eixo, sinceramente visualizei uma propaganda da Assembléia Legislativa no texto, como que se dissesse “Rondônia não é terra de indie”. De fato, o que se sobressai em Rondônia são estilos como metal e hardcore, coisa que justamente o pessoal que vem de fora, principalmente Sudeste, está saturado. Partem também desses estilos as iniciativas de fomento da cena local, sejam elas tímidas ou não. Mas é natural, por exemplo, sobressaírem bandas como Recato e Hey Hey Hey, que escapam do lugar comum e apresentam propostas diferentes. Nada contra o hardcore, até porque minhas influências partem daí, mas o pessoal tem que contextualizar, entender e assimilar críticas, senão todos ficamos parecendo crianças que não conseguem chamar a atenção por bem, então, abrem o berro.

O Resenhas Grindcore revela o quão antagônica é o Projeto Beradeiros e a cena musical de Rondônia: temos gente de potencial, ideologias fortes (muitas beiram o radicalismo) e um humor ácido e sincero, que se não for bem dosado, pode se tornar pastelão.

Fim da primeira parte...

Nettü Regert, Coletivo Vilhena Rock e Enmou.